Barômetros Globais voltam a cair puxados por Ásia, Pacífico e África, afirma FGV
Os barômetros econômicos globais coincidente e antecedente recuaram em setembro graças aos resultados e prognósticos da Ásia, Pacifico e África. O Barômetro Econômico Global Coincidente recuou 2,3 pontos em setembro, passando para 91,5 pontos, o menor nível desde novembro de 2023 (90,5). Já o Barômetro Antecedente recuou 2,6 pontos, para 100,6 pontos.
Segundo os pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), o recuo dos indicadores após a alta do mês anterior reforça a percepção de "crescimento fraco" para o ano.
Além do comportamento de Ásia, Pacífico e África, a economia norte-americana dá sinais dúbios quanto à atividade para os próximos meses, com incertezas em torno da política monetária frente aos dados de inflação e mercado de trabalho.
"Entre os setores, enquanto o empresarial segue com relativa resiliência, a percepção dos consumidores indica certo desânimo durante o ano", diz Anna Carolina Gouveia, pesquisadora do FGV IBRE.
A divulgação dos indicadores, que permitem analisar o desenvolvimento global, se deve a uma colaboração entre o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique, na Suíça, e a Fundação Getulio Vargas (FGV), sediada no Rio de Janeiro.
Barômetro Coincidente
A queda nesse indicador, puxada pelo subcomponente de Ásia, Pacífico e África, que caiu 2,5 pontos, aponta para um afastamento do desempenho dessa região para o restante do mundo, como as regiões Europa e Hemisfério Ocidental, que avançaram cada uma 0,1 ponto no mês.
No acumulado do ano, enquanto a Ásia, Pacífico & África perde mais de 6,0 pontos, a Europa e o Hemisfério Ocidental acumulam ganhos de 6,4 e 4,5 pontos, respectivamente.
Por setores, o desempenho do indicador foi variado: indústria (-3,9), economia (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais, -2,0) e construção (-1,9) recuaram no mês, enquanto serviços (+4,4) e comércio (+2,8) avançaram.
Barômetro Antecedente
Já o barômetro global antecedente, que antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial entre três e seis meses, viu, em setembro, todas as regiões contribuírem negativamente para o resultado agregado: Hemisfério Ocidental (-1,0); Ásia, Pacífico e África (-0,9) e Europa (-0,7).
"O resultado morno a partir do segundo trimestre do ano é disseminado entre as três regiões e sua continuidade sinaliza um fraco crescimento da atividade econômica mundial também para o último semestre de 2024", descrevem os pesquisadores da FGV.
Nesse indicador, setorialmente, houve recuo generalizado, com exceção do comércio, que sobe 2,9 pontos e mantém maior nível entre os setores.