Brasil defenderá nova meta de financiamento climático e mercado de carbono na COP29
A mobilização de recursos ao financiamento climático nas economias em desenvolvimento e a conclusão de um acordo sobre créditos de carbono são prioridades que serão defendidas pelo Brasil na COP29, a conferência das Nações Unidas sobre mudanças climáticas que acontecerá de 11 a 24 de novembro em Baku, no Azerbaijão.
Os principais temas a serem levados pelo Brasil à próxima COP foram levantados num debate organizado nesta sexta-feira, 6, pela Amcham, reunindo o embaixador extraordinário para a mudança do clima do Itamaraty, Luiz Alberto Figueiredo Machado, e o secretário de inovação, desenvolvimento sustentável, irrigação e cooperativismo do ministério da Agricultura, Pedro Neto. O embaixador do Azerbaijão no Brasil, Rashad Novruz, também participou.
Segundo o embaixador Figueiredo, existe uma expectativa em se chegar a uma nova meta coletiva de financiamento climático em Baku. Ele observou que os países desenvolvidos assumiram em 2009 o compromisso de mobilizar US$ 100 bilhões ao financiamento climático das economias em desenvolvimento, porém os recursos nunca chegaram a esse nível. Além disso, a necessidade de financiamento passou para a casa dos trilhões de dólares. "Precisamos de um esforço sério de mobilização", cobrou o embaixador.
Ele acrescentou que também será importante concluir no Azerbaijão um artigo previsto no Acordo de Paris sobre o mercado de carbono, que é peça fundamental na arquitetura da mobilização de fundos para as ações necessárias ao enfrentamento das mudanças do clima. "Será a ocasião para que as regras estejam estabilizadas, de forma que o mercado de carbono cumpra o papel de auxiliar nas reduções de emissões."
Tanto Figueiredo quanto o embaixador do Azerbaijão no Brasil destacaram que, embora existam fundos para a agenda climática, o acesso aos recursos é complexo. Rashad Novruz afirmou que encontrar formas de destravar esses recursos, assegurando, entre outros objetivos, uma transição energética justa, estará no centro das discussões na COP de Baku.
O secretário de Inovação do ministério da Agricultura, Pedro Neto, disse que a agropecuária brasileira está comprometida com o desenvolvimento sustentável. O clima, observou, é um ativo do setor, que passou por uma transformação nas últimas cinco décadas, quando o Brasil passou de importador ao principal fornecedor de alimentos do mundo, sendo fundamental na segurança alimentar de outros países.