Importação de bens de capital pela transformação sobe e sinaliza alta do investimento, diz FGV
O volume importado de bens de capital pela indústria de transformação cresceu 36,9% em julho deste ano ante o mesmo mês de 2023, segundo cálculos do Indicador de Comércio Exterior (Icomex) divulgado nesta sexta-feira, 16, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). No mesmo período, a importação de bens de capital pela agropecuária avançou 49,2%. O resultado indica uma possível melhora na taxa de investimento do País.
No acumulado de janeiro a julho de 2024, ante o mesmo período do ano anterior, a importação de bens de capital pela indústria de transformação cresceu 19,4%, enquanto a da agropecuária recuou 9,1%.
"Observa-se que a indústria de transformação explica 97% das importações de bens de capital do Brasil", ponderou a FGV, no relatório do indicador.
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 7,6 bilhões no mês de julho. No acumulado do ano até julho, há um superávit de US$ 49,6 bilhões. A FGV manteve sua projeção de que a balança comercial encerre o ano com um superávit em torno de US$ 82 bilhões.
"O volume exportado e importado cresceu em todos os setores, na comparação interanual do mês de julho. Desaceleram as importações de bens duráveis associadas às compras de veículos automotores oriundas da China, que foi o segundo principal produto de importação no acumulado do ano até julho", apontou a FGV.
No acumulado de janeiro a julho de 2024, a agropecuária registrou superávit de US$ 40,4 bilhões, ante US$ 46,3 bilhões em igual período de 2023. O superávit da indústria extrativa passou de US$ 31,3 bilhões de janeiro a julho de 2023 para USS$ 39,7 bilhões de janeiro a julho de 2024. Já na indústria de transformação, o déficit aumentou de US$ 24,5 bilhões de janeiro a julho do ano passado para US$ 30,1 bilhões entre janeiro e julho deste ano.
Parceiros comerciais.
Quanto aos principais parceiros comerciais do Brasil, as exportações para a Argentina despencaram 37,4% no acumulado no ano ante o mesmo período do ano anterior. No entanto, cresceram as remessas brasileiras para os Estados Unidos (15,5%), China (13,8%) e União Europeia (5,6%).
"No caso da Argentina, a queda das exportações era esperada, associada à recessão na economia do país. Vale ressaltar a importância das exportações de petróleo para esses parceiros. Na China, o petróleo é o segundo principal produto exportado, com 21% de participação e aumento em valor de +23%, na comparação entre os acumulados do ano até julho de 2023 e 2024. Para os EUA, o petróleo é o principal produto, com participação de 15% e aumento em valor de +62%, e para a União Europeia também foi o principal produto, com participação de 23% e aumento de +34,4%, em valor", ressaltou a FGV.
Nas importações, houve aumento no acumulado do ano das compras brasileiras feitas nos mercados da China (36,7%), Argentina (7,0%), demais países da América do Sul (10,3%) e demais países da Ásia e Oriente Médio (17,6%). Houve recuo no volume importado pelo Brasil dos EUA (-3,2%) e União Europeia (-3,6%).