DENUNCIA

Braskem é acusada de continuar extração de Sal-Gema em poços supostamente desativados em Maceió

Publicado em 01/08/2024 às 14:51
Braskem é acusada de continuar extração de Sal-Gema em poços supostamente desativados em Maceió Reprodução

Apesar de afirmar em sua propaganda oficial que desativou as 35 minas de sal-gema, cuja exploração predatória levou ao afundamento do solo em pelo menos cinco bairros de Maceió, a Braskem enfrenta novas acusações de continuar minerando ou extraindo sal-gema dos poços que supostamente teriam sido desativados. A denúncia foi feita por operários da mineradora, que apresentaram imagens da sonda e do tanque de salmoura onde a matéria-prima estaria sendo despejada antes de ser descartada na zona rural do município do Pilar.

De acordo com relatos dos operários, antes de tamponar as minas desativadas com areia e cimento, a empresa estaria esvaziando as cavidades e descartando a borra em um tanque de recebimento de dejetos no Pilar. Um motorista de uma empresa terceirizada afirmou que realiza o descarte desse material quase diariamente, embora não tenha especificado horários precisos. "Não tem horário certo, existe sim um cronograma. A base encheu, o caminhão recebe a salmoura e leva para o descarte", detalhou o denunciante.

Para os operários envolvidos nessa operação, essa prática indica que a Braskem continua minerando, mesmo que a salmoura não esteja mais sendo transportada para a fábrica da petroquímica no Pontal da Barra pelos dutos, como acontecia antes da tragédia que afetou Maceió. Os denunciantes, que são funcionários terceirizados, questionam por que a empresa estaria ocultando essa operação. Além de temerem represálias, os trabalhadores estão preocupados com a própria saúde, já que o cheiro do material descartado é forte e enjoativo.

O Sindicato dos Trabalhadores do Setor Petroquímico de Alagoas e Sergipe (Sindipetro/AL-SE) afirmou que não tem como avaliar se a operação de despejo da salmoura em um tanque no Pilar é ou não prejudicial ao meio ambiente. Um dos diretores do sindicato explicou que a entidade atua na defesa dos trabalhadores, e que questões ambientais são atribuições dos órgãos de fiscalização e controle, como o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MPE).