Estado mínimo não tem como responder aos desafios atuais, diz Miriam Belchior no G20 Brasil
O debate sobre o papel do Estado no âmbito do G20 é tão importante que deveria fazer parte das discussões principais para poder avançar, e não ser um evento paralelo, afirmou nesta terça-feira, 23, a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, no "States of the Future", que está sendo realizado na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio.
"Um dos principais frutos que podemos tirar desse evento é a proposta da criação de um grupo permanente sobre o Estado, no âmbito do G20. É subir de um evento paralelo e ser um dos grupos do G20 para que esse debate avance", disse Belchior.
Ex-ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão do governo da presidente Dilma Rousseff, Belchior defendeu o fim do Estado mínimo para que o mundo possa levar adiante o esforço do combate às mudanças climáticas, às desigualdades sociais, à precariedade do mercado de trabalho, aos ataques à democracia, aos questionamentos sobre a capacidade do Estado de prover serviços, à financiabilidade, entre outras questões.
"O modelo de Estado mínimo do liberalismo econômico não tem como responder a esses desafios por uma série de questões. Mas a pandemia mostrou como o Estado é importante", avaliou a ex-ministra, que vê na união pelo combate ao aquecimento global a única solução para salvar o Planeta.
"As metas nacionais sobre o desafio do clima não vão ser suficientes se os demais países não cumprirem a sua parte, ou seja, não é uma meta que depende apenas do Brasil", afirmou.