Mike Pompeo é o novo reforço da Nippon Steel para concretizar a compra da U.S. Steel
A Nippon Steel contratou um reforço de peso para destravar sua oferta de compra da U.S. Steel. Mike Pompeo, que foi secretário de estado no governo de Donald Trump, e que esteve na convenção Republicana que indicou Trump como candidato oficial do partido para a eleição presidencial deste ano, vai atuar como conselheiro da siderúrgica japonesa.
Em dezembro, a Nippon Steel anunciou a oferta de compra da U.S. Steel, por US$ 14,1 bilhões. Dois dias depois, o presidente da siderúrgica japonesa, Eiji Hashimoto, disse que, com a aquisição, ele criaria um campeão mundial livre numa indústria dominada pela China. Caso a negociação se efetive, a Nippon Steel seria a maior produtora global de aço, "excluindo a China, no mundo de livre concorrência", disse Hashimoto.
Mas se a intenção era se apresentar como alternativa à China, um argumento que agrada a Washington, a oposição política à venda de uma siderúrgica americana aos japoneses, foi um dos poucos temas a unir democratas e republicanos. Alguns membros do Congresso disseram que tentariam bloqueá-lo. Donald Trump declarou que, caso eleito, bloquearia o acordo, enquanto Joe Biden disse que é importante que a siderúrgica americana continue sob o comando dos Estados Unidos. Sem contar United Steelworkers, sindicato que representa cerca de 11 mil trabalhadores da U.S. Steel, que classificou a venda como gananciosa.
Em abril, acionistas da U.S. Steel votaram a favor do acordo, mas a efetivação depende de uma série de autorizações governamentais e das autoridades de regulação americanas.
JD Vince, oficializado como candidato à vice na chapa de Donald Trump, na convenção republicada de quinta-feira, 18, é uma das mais ativas autoridades contra a venda. Poucos dias antes da assembleia de acionistas da U.S. Steel, Vince enviou uma carta ao CEO da siderúrgica americana, David Burritt, e ao presidente do conselho, David Sutherland, na qual afirma que a U.S. Steel não deixou claro aos acionistas os "obstáculos políticos e regulatórios" que a proposta de fusão enfrentaria. "Receio que os acionistas tenham sido assim induzidos em erro", escreveu o agora candidato a vice presidente dos Estados Unidos.
Por maior que seja o trânsito de Pompeo nas esferas do poder americano, a tarefa de fazer o acordo seguir adiante não será tarefa fácil.