França: sindicato ameaça greve caso Macron ignore extrema-esquerda na formação de governo
Faltando apenas 15 dias para o início dos Jogos Olímpicos de Paris, um grande sindicato francês convocou nesta quinta-feira, 11, manifestações em massa e possíveis greves para pressionar o presidente Emmanuel Macron a "respeitar os resultados" das recentes eleições legislativas e permitir que uma coligação de esquerda forme o novo governo.
A França está à beira de uma paralisia governamental desde que a votação de domingo, 7, para a Assembleia Nacional resultou em uma divisão legislativa entre três grupos políticos: a coligação de esquerda Nova Frente Popular, os aliados centristas de Macron, e a extrema-direita da Reunião Nacional de Marine Le Pen.
A esquerdista Nova Frente Popular conquistou o maior número de assentos, mas não conseguiu uma maioria absoluta para governar sozinha. Sophie Binet, secretária-geral do influente sindicato de extrema esquerda CGT, disse hoje que se Macron não respeitasse os resultados das eleições, "ele corre o risco de mergulhar mais uma vez o país no caos".
Binet disse que o presidente deveria permitir que a Nova Frente Popular formasse o governo, embora a aliança esquerdista ainda não tenha proposto um candidato a primeiro-ministro devido a divisões internas. Ela apelou aos sindicalistas para que saíssem às ruas e "participassem de manifestações para colocar a Assembleia Nacional sob vigilância". Binet não descartou greves durante as Olimpíadas.
A sessão inaugural da nova legislatura está marcada para 18 de julho.