IBGE faz mapeamento dos tipos de bioma encontrados em todos os municípios brasileiros
Quase metade do território brasileiro é composto pelo bioma Amazônia, mas a Mata Atlântica é o mais recorrente entre todos os municípios do País. É o que mostra um levantamento divulgado nesta sexta-feira, 28, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que pela primeira vez mapeou o tipo de bioma em que se encontram todos os 5.570 municípios brasileiros.
Mais da metade das cidades está em áreas de Mata Atlântica, ainda que esse bioma represente apenas 13% do território nacional - em extensão, fica atrás da Amazônia (49,5%) e Cerrado (23,3%).
No total, 3.082 municípios estão em áreas de Mata Atlântica, sendo que em 2.741 ele é predominante. Esse tipo de vegetação é o único encontrado nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina.
Os dados do IBGE mostram que 83% dos municípios estão localizados em um único bioma, enquanto que os demais ficam em regiões com dois ou mais - os chamados interbiomas. Ao todo, 963 municípios apresentam essa variação.
Quatro cidades do País registram a presença de três tipos de vegetação: Piripá e Tremedal, na Bahia; São João do Paraíso, em Minas Gerais; e Cáceres, no Mato Grosso.
Com vegetação de Mata Atlântica e de Cerrado, o Estado de São Paulo tem o maior número de cidades com mais de um bioma. Ao todo, 220 municípios paulistas estão em áreas interbiomas. Em termos proporcionais, São Paulo é o terceiro do País, com 34% de seus municípios nessa condição. Mato Grosso (45%) e Mato Grosso do Sul (41%) lideram.
Dos seis biomas que compõem o território brasileiro, o Pantanal é o menor deles e ocupa uma área equivalente a 1,8% do País. O bioma, que vem sofrendo com as queimadas, está presente em 22 municípios, mas é predominante em apenas nove deles.
A Caatinga, com uma área equivalente a 10,1% do território, é o quarto maior bioma brasileiro, e o Pampa vem em seguida, com 2,3% do espaço.
Pantanal registra recorde de queimadas
Esta semana, o Estadão mostrou que o Pantanal registrou recorde de incêndios em junho após novas falhas de prevenção de queimadas pela gestão Luiz Inácio Lula da Silva, que já havia sido alvo de críticas em 2023 por causa do avanço de queimadas nesse bioma e na Amazônia.
O número de focos de fogo chegou a 2.363 até 24 de junho. O total é quase seis vezes maior do que os 406 focos registrados em todo o mês de junho de 2020, pior ano em incêndios para a região, que ficou devastada.
Um levantamento do MapBiomas mostrou que uma área equivalente a 23% do território nacional queimou pelo menos uma vez nos últimos 39 anos. Os incêndios atingiram 199 milhões de hectares entre 1985 e 2023, e dois terços da área afetada foi de vegetação nativa.