Líder da extrema direita na França busca tranquilizar eleitores e promete medidas 'realistas'
O líder da extrema direita Jordan Bardella, da França, procurou tranquilizar os eleitores franceses, os aliados europeus do país e os observadores internacionais, nesta segunda-feira, 24, de que o seu potencial governo lideraria políticas econômicas "realistas" e "não enfraqueceria" a voz da França no exterior, se o seu partido vencer as próximas eleições parlamentares.
Bardella, que poderá se tornar primeiro-ministro se os eleitores escolherem a maioria dos candidatos de seu partido Reagrupamento Nacional nas eleições parlamentares de dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho, anunciou seu programa de governo em entrevista coletiva.
Vestido com um terno cinza e gravata preta, Bardella se mostrou afável, sorridente e equilibrado. Ele buscava se projetar como um potencial líder nacional, apesar da sua total falta de experiência no governo e da sua idade - o que, aos 28 anos, o tornaria de longe o primeiro-ministro mais jovem da história da França.
Ele prometeu implementar políticas econômicas "realistas e críveis" em meio às críticas da União Europeia sobre a dívida excessiva da França. "O agravamento da situação orçamental do país, com 300 bilhões de euros de dívida adicional nos últimos dois anos e déficits públicos e comerciais recordes, deve ser levado em conta", afirmou.
Bardella prometeu "defender o poder de compra" cortando impostos sobre combustíveis, gás e eletricidade. Ele também prometeu cortes de impostos para as empresas, se elas aumentarem os salários dos funcionários de baixa e média remuneração em até 10%.
O político prometeu ainda reverter as mudanças previdenciárias de Macron que aumentaram a idade de aposentadoria no ano passado para 64 anos, e colocá-la de volta em 62 anos - com a condição de que as pessoas trabalhem por pelo menos 42 anos.
Bardella procurou enfrentar as preocupações de que as promessas de campanha do seu partido poderiam exigir muitas dezenas de bilhões em financiamento estatal para serem concretizadas. Ele disse que financiaria as medidas cortando "despesas que incentivam a imigração legal e ilegal" e fechando algumas "brechas fiscais".
Um panfleto de 21 páginas de promessas que o partido divulgou não mostrou como os planos serão financiados. Bardella disse que um dos seus primeiros passos como primeiro-ministro seria ordenar uma auditoria das finanças da França, com o objetivo de lhe dar uma ideia melhor de como as medidas poderiam ser financiadas.