China acusa UE de fazer exigências 'irrazoáveis' antes de aumentar tarifas sobre EVs
O Ministério do Comércio da China acusou nesta quinta-feira, 20, a União Europeia (UE) de fazer exigências irrazoáveis em sua investigação sobre as importações de veículos elétricos (EVs, na sigla em inglês) chineses, antes de anunciar que estava aumentando as tarifas em até 38%. Segundo o porta-voz He Yadong, o lado europeu exigiu quantidades excessivas de informações das montadoras chinesas e depois acusou injustamente as empresas chinesas de não cooperarem.
"Os tipos, o escopo e a quantidade de informações coletadas pelo lado europeu não têm precedentes, excedendo em muito as exigências das investigações anti-subsídios", disse He, em coletiva de imprensa. Ele revelou que isso inclui a exigência de detalhes sobre fabricação e desenvolvimento, tecnologia e fórmulas de produtos, entre outros aspectos, das empresas chinesas de veículos elétricos e baterias.
As críticas ocorrem um dia depois de o Ministério do Comércio se reunir com representantes de empresas chinesas e europeias para discutir efeitos das tarifas, conforme noticiado pela CCTV. No encontro, os representantes chineses teriam pedido para que as autoridades apliquem retaliação direta contra as medidas da UE ao elevar até 25% as tarifas sobre veículos a gasolina europeus.
Na coletiva, o porta-voz chinês não anunciou nenhuma nova medida em retaliação ao aumento provisório das tarifas, que, de acordo ele, não tem "base factual e legal". Mas He reiterou a advertência de Pequim de que defenderá os direitos e interesses das empresas chinesas.
Questionado sobre a investigação antidumping sobre as exportações de carne suína da Europa, He Yadong disse que a China pode cobrar tarifas provisórias sobre produtos e subprodutos, caso a prática seja confirmada após levantamento preliminar, segundo a Xinhua. As tarifas serão determinadas "de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e regulamentações antidumping da China".
Anunciada na segunda-feira, a investigação de Pequim sobre a carne suína europeia é vista como uma resposta às medidas da Europa sobre veículos elétricos, mesmo sem correlação anunciada oficialmente pelo Ministério do Comércio chinês. A investigação deve terminar 17 de junho de 2025, mas pode ser prorrogada por seis meses.
*Com informações da Associated Press