Reitores pressionam Lula por acordo para reajuste de salários e Camilo critica greve
Reitores pressionaram o governo federal nesta segunda-feira, 10, por um reajuste do salário de professores e servidores e fizeram um apelo para que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça um acordo para o fim da greve. A pressão ocorreu em evento com a presença do chefe do Executivo e ministros do governo.
Em fala durante reunião com reitores no Palácio do Planalto nesta segunda, a reitora da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), Márcia Abrahão, afirmou que os salários de professores e servidores estão "defasados".
"São trabalhadoras e trabalhadores essenciais para darmos conta de todos os desafios do País e que possuem remunerações muito defasadas, como o senhor Lula bem sabe, ainda mais quando comparamos com carreiras que tiveram reajuste recentemente. Há técnicos que chegam a ganhar menos de um salário mínimo", disse a reitora. "Esperamos que essa semana governo e sindicatos cheguem à situação negociada, pacificando a situação."
O presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e reitor do Instituto Federal Goiano, Elias Monteiro, fez um pedido para um acordo que encerre a greve. "Suplicamos para que avance nas negociações para o fim da greve. Movimento legítimo e justo mas que já gera reflexo com aumento da evasão escolar e prejuízo do cumprimento do calendário acadêmico", comentou.
O ministro da Educação, Camilo Santana, rebateu as críticas feitas pelos reitores e destacou o que o governo federal fez até o momento para a educação. "Esse é um governo que depois de seis anos sem reajuste salarial, deu um reajuste de 9% no seu primeiro ano de governo. Para vocês terem ideia, 9% de aumento salarial só para servidor de educação tem impacto de mais de R$ 8 bilhões no orçamento do MEC", disse.
"Então, quando se fala em orçamento, é importante que os reitores tenham a noção que orçamento não é só custeio. É custeio, investimento, pessoal, é tudo que entra na universidade, tudo o que entra no MEC", acrescentou.
Em sua avaliação, greve representa o "limite onde não há mais condições de negociação". Ele, contudo, pontuou que a gestão tem espaço para diálogo. Na fala, Camilo aproveitou para enaltecer o trabalho do Ministério da Gestão, sob Esther Dweck, no trabalho realizado desde o início das paralisações.R