Prefeitura de Porto Alegre investiga contrato com pousada que pegou fogo
O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), determinou, na sexta-feira, 26, que a prefeitura abra Investigação Preliminar Sumária (IPS) para investigar as circunstâncias que envolvem o contrato de prestação de serviço firmado entre o município e a Pousada Garoa, que desde 2020 fornece leitos ao município para abrigar pessoas em situação de rua. A pousada pegou fogo na madrugada de sexta-feira, 26, o incêndio matou 10 pessoas e deixou 15 feridos.
O prefeito também determinou que a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) faça vistorias em 22 estabelecimentos usados pela prefeitura para abrigar pessoas em situação de vulnerabilidade. As vistorias e a IPS devem ser concluídas em dez dias.
Questionado sobre o fato de a pousada não ter Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) e por isso, segundo os bombeiros, funcionar de forma irregular, o prefeito afirmou que, por lei, cabe ao dono da empresa fazer a regularização.
"Não vou me pronunciar sobre isso, em respeito a quem nós temos muito carinho, respeito, que são os bombeiros. Essa questão de PPCI compete à empresa que abre, seja de qualquer atividade", afirmou o prefeito da capital gaúcha.
Melo lamentou mais uma vez o incêndio: "Hoje é um dia de profunda tristeza porque Porto Alegre perde 10 de seus filhos nesta tragédia. Desde a madrugada trabalhamos para acolher vítimas na rede hospitalar e de assistência, e providenciar enterro digno para quem perdeu entes queridos.
Determinamos que se averigue a situação de todos os abrigos e pousadas para encaminhamento de medidas em 10 dias", disse.
A reportagem tenta contato com os donos ou responsáveis pela pousada para que se manifestem sobre a questão do PPCI.
Pouco antes da entrevista coletiva, Melo decretou luto de três dias no município em razão das mortes.
Também presente na coletiva, o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter, atualizou os dados de hospitalizados em razão do incêndio. Segundo ele, 15 pessoas feridas chegaram a ser encaminhadas para atendimento hospitalar via Sistema Único de Saúde.
Dessas 15, duas seguem em estado grave, cinco permanecem em atendimento, mas sem risco de morte, e sete foram liberadas ao longo da sexta-feira, 26. Além disso, um ferido foi encaminhado para atendimento em um hospital particular.