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Von der Leyen: Podemos passar de déficit global de gás para abundância, com queda no preço

Publicado em 23/04/2024 às 15:08

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou nesta terça-feira, 23, que uma grande onda de novos projetos de exportação de gás natural liquefeito está chegando ao mercado, e que, portanto, poderemos em breve passar de um déficit global para uma abundância do produto. Em discurso no Parlamento Europeu, ele disse que, como resultado, espera que os preços do gás caiam, o que dá mais espaço para desenvolver as energias renováveis.

"Penso que é um sucesso muito revelador que no ano passado, pela primeira vez, a União Europeia tenha conseguido produzir mais eletricidade a partir do vento do que a partir do gás. Este foi um grande sucesso", afirmou. "O modelo de negócio de muitas indústrias europeias se baseava na energia supostamente barata proveniente da Rússia e no comércio com uma China em crescimento. Hoje, enfrentamos uma Rússia desonesta e uma China que luta com a demanda interna", afirmou.

"Além da geopolítica, existem outras tendências que estão impactando a nossa competitividade. Na última década, a produtividade do trabalho na Europa aumentou apenas 0,8% ao ano, em comparação com 1,1% nos Estados Unidos. Estas tendências só podem ser abordadas com um esforço concertado, tanto a nível europeu como nacional", apontou.

"Precisamos de ferramentas para resolver problemas de sobrecapacidade produzida fora da União Europeia. Refiro-me à superprodução estrutural, que se consegue em grande medida com subsídios maciços. Tem que ir para algum lugar, essa superprodução. Outros estão fechando seus mercados. Portanto, o nosso mercado é um destino atraente e temos de estar muito vigilantes para que os nossos produtores não corram o risco de serem forçados a sair do mercado", afirmou, sem mencionar a China diretamente. "Precisamos de envolver as economias em desenvolvimento de todo o mundo neste tema, porque a sua industrialização também está diretamente ameaçada pelo excesso de capacidade. Precisamos de uma resposta mais estrutural com os nossos parceiros. O trabalho está começando neste sentido no G7", indicou.