Base militar de milícia pró-Irã é atacada no Iraque
Uma base militar das Forças de Mobilização Popular, grupo composto por cerca de 40 organizações militares apoiadas pelo Irã e pelo governo iraquiano, foi atacada por um bombardeio aéreo na noite de sexta-feira, 19, na província de Babilônia, no Iraque.
Um hospital próximo na cidade de Iskandariya disse que pelo menos três pessoas ficaram feridas na explosão. Nenhum país ou grupo sinalizou a autoria do ataque. Os Estados Unidos negaram envolvimento no ataque.
O bombardeio aéreo ocorreu um dia depois de Israel ter atacado uma base aérea militar perto da cidade de Isfahan, no centro do Irã, segundo duas autoridades israelenses e três iranianas que falaram sob condição de anonimato ao New York Times.
O ataque israelense na sexta-feira, 19, parecia ser a primeira resposta militar de Israel ao Irã após o país persa atacar o território israelense com mais de 300 mísseis e drones no dia 13 de abril.
Redução de tensões
Após os ataques, Tel-Aviv e Teerã sinalizaram que querem diminuir a escalada de tensões neste momento. Em uma entrevista à emissora americana NBC, o chanceler do Irã, Hossein Abdollahian, apontou que não existem evidências concretas de que Israel estava por trás do ataque em Isfahan e que os objetos que atingiram o território iraniano pareciam "brinquedos com os quais nossos filhos brincam e não drones".
As autoridades israelenses permaneceram em silêncio após o ataque. Um oficial israelense afirmou ao Washington Post sob condição de anonimato que o ataque pretendia transmitir a Teerã que Israel tem a capacidade de atacar dentro do país persa.
"Enquanto não houver uma nova ofensiva de Israel contra os nossos interesses, não teremos novas reações", disse Abdollahian na entrevista de sexta-feira. No entanto, o chanceler iraniano sublinhou que Teerã responderia a uma ação militar. "Se Israel atacar o Irã e isso for provado, a nossa resposta será imediata e fará com que se arrependam".
Autoridades dos EUA em várias agências governamentais apontaram que o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, os instruiu a não falar publicamente sobre o ataque israelense na sexta-feira.
O secretário de Estado, Antony Blinken, se recusou a comentar se Washington foi informado por Israel que o ataque iria ocorrer, mas enfatizou que "os Estados Unidos não estiveram envolvidos em quaisquer operações ofensivas". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)