Será apropriado reduzir aperto monetário se inflação seguir rumo à meta, diz dirigente do BCE
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, disse nesta quinta-feira, 18, que se houver mais evidências de que a inflação na zona do euro está convergindo para a meta oficial de 2% de maneira sustentável, será "apropriado reduzir o atual nível de restrição da política monetária", em mais uma indicação de que o BCE poderá cortar juros em sua próxima reunião, em junho.
Em discurso para apresentação do relatório anual do BCE no Parlamento Europeu, Guindos avaliou que a inflação tem diminuído este ano e deverá cair mais no médio prazo, mas em ritmo mais lento.
Segundo ele, medidas de inflação subjacente vêm desacelerando, mas as pressões dos preços domésticos seguem elevadas e o avanço dos salários continua forte, ainda que tenha moderado recentemente.
Na quarta-feira, pesquisa da Eurostat confirmou que a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 2,4% em março, ante 2,6% em fevereiro.
Guindos disse ainda que o BCE não irá se comprometer antecipadamente com uma trajetória para seus juros e que suas decisões de política monetária continuarão dependendo do comportamento dos dados econômicos e serão tomadas a cada reunião.
Na semana passada, o BCE deixou suas principais taxas de juros inalteradas pela quinta vez consecutiva, mas sinalizou a possibilidade de um corte de juros em junho.