Ataque a hospital matou 50 membros do Hamas, diz Israel
O Exército israelense afirmou nesta terça, 19, que 50 integrantes do Hamas foram mortos e ao menos 180 pessoas foram detidas durante uma incursão ao Hospital al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza. As tropas de Israel invadiram o complexo na madrugada de segunda-feira, 18, e continuam operando no local, onde afirmam terem encontrado armas e munições. Além dos pacientes, milhares de civis utilizam o espaço como abrigo desde o início da guerra, em 7 de outubro.
Na segunda-feira, autoridades israelenses disseram que mais de 200 pessoas foram detidas e 20 membros do Hamas foram mortos na ação, incluindo Faiq Mabhouch, chefe de segurança interna do grupo palestino, responsável pela coordenação das atividades em Gaza.
Em comunicado, o Hamas afirmou que Israel "mirou diretamente" no complexo "sem se importar com pacientes, equipe médica e deslocados". O grupo confirmou a morte de Mabhouch, mas disse que ele era encarregado de coordenar a ajuda humanitária e, portanto, deveria ter sido protegido pela lei internacional.
Jornalistas
O Washington Post divulgou ontem imagens de drones e depoimentos de 14 testemunhas que questionam a justificativa de Israel para matar dois jornalistas da Al-Jazeera - Hamza Dahdouh, de 27 anos, e Mustafa Thuraya, de 30 - eles foram mortos por um míssil que atingiu o carro onde eles estavam em Khan Younis, no dia 7 de janeiro.
Os dois estavam retornando de um local atacado por Israel e haviam usado um drone comum para capturar imagens da destruição. Na ocasião, o Exército israelense disse que havia "identificado e atingido terroristas que operavam uma aeronave e representavam uma ameaça às tropas". Dois dias depois, Israel disse ter provas de que os dois pertenciam a grupos terroristas - Thuraya era do Hamas e Dahdouh, da Jihad Islâmica.
No entanto, as imagens obtidas pelo Washington Post do cartão de memória do drone, que foi recuperado e enviado à Turquia, não mostram qualquer movimentação de soldados israelenses na hora do ataque. Questionado, o Exército de Israel disse ontem que "não tem nada mais a acrescentar" sobre o caso.
Operação
Ontem, a invasão de Rafah aumentou as divergências entre americanos e israelenses. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse no Parlamento que os deputados deveriam se unir contra a tentativa dos EUA de evitar o ataque. "A única forma de derrotar o Hamas é uma operação por terra", disse o premiê.
"Seria um erro", respondeu em Washington o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan. "A operação causaria a morte de mais civis e ampliaria o isolamento de Israel." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.