ARTEFATOS

Cientistas descobrem na China vestígios de cerveja de arroz de 10 mil anos (FOTO)

A cultura Shangshan, que se localizava na antiga região do Baixo Yangzi da China, é fundamental para entender as origens da domesticação do arroz e fermentação precoce de álcool.

Publicado em 11/12/2024 às 11:00
© Foto / Ariel David / Tell es-Safi / Projeto Arqueológico de Gate

Para abordar essas questões, os pesquisadores examinaram artefatos da época inicial da cultura Shangshan, que remonta a cerca de 10.000 a 9.000 anos.

Analisando restos microscópicos, incluindo fitólitos, grânulos de amido e fungos, associados a vasos de cerâmica, pesquisadores descobriram evidências que sugerem que o povo de Shangshan não só usava arroz como alimento básico, mas também como matéria-prima para preparar bebidas fermentadas, marcando a técnica de fermentação do álcool mais antiga conhecida no leste da Ásia, escreve Sci News.

Em recente estudo, o professor Leping Jiang do Instituto Provincial de Zhejiang de Relíquias Culturais e Arqueologia e sua equipe abordaram questões relacionadas aos mecanismos materiais e sociais que podem ter desempenhado um papel importante no extrativismo inicial do arroz e álcool de Shangshan para fabricação de cerveja.

Os pesquisadores analisaram restos microfósseis associados a recipientes de cerâmica da fase mais antiga do sítio arqueológico de Shangshan.

Artefatos da cultura Shangshan usados para diferentes propósitos, inclusive para fermentação de bebidas alcoólicas
Artefatos da cultura Shangshan usados para diferentes propósitos, inclusive para fermentação de bebidas alcoólicas

"Esses fragmentos de cerâmica foram associados a vários tipos de vasilhas, incluindo aquelas para fermentação, armazenamento, processamento, [para] servir e cozinhar", disse o professor Jiang.

A análise dos fitólitos revelou presença significativa de fitólitos de arroz domesticados nos resíduos e na argila cerâmica.

Os cientistas também descobriram abundantes elementos fúngicos, incluindo moldes de Monascus e células de levedura, alguns dos quais exibem estágios de desenvolvimento típicos da fermentação.

A equipe analisou a distribuição de Monascus e restos de levedura em diferentes tipos de vasilhas de cerâmica, destacando concentrações mais altas em potes globulares em comparação com uma panela de cozimento e um alguidar de processamento.

Esta distribuição sugere que os tipos de vasos estavam diretamente associados a funções específicas, com potes globulares produzidos especificamente para fermentação de álcool.


Por Sputinik Brasil