CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Mídia: cientistas podem transportar substância mais cara e perigosa da Terra em caminhão pela Europa

Pesquisadores da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) esperam em breve poder transportar um contêiner de antimatéria em um caminhão pela Europa para mover seu objeto de pesquisa para outros laboratórios.

Publicado em 08/12/2024 às 12:16
© Foto / Cern

Os cientistas da Cern que pesquisam a antimatéria construíram dispositivos transportáveis contendo ímãs supercondutores, sistemas de resfriamento criogênico e câmaras de vácuo onde os antiprótons podem ser presos, evitando o contato com a matéria normal, e transportados em caminhões de sete toneladas.

De acordo com a apuração do The Guardian, já em 2025 as equipes relacionadas aos experimentos pretendem mover esses dispositivos para um laboratório de precisão dedicado na Universidade Heinrich Heine em Dusseldorf, na Alemanha.

A antimatéria — material mais caro da Terra e mais difícil de se manusear já que se fizer contato com a matéria normal, ambas são aniquiladas liberando uma poderosa explosão de radiação eletromagnética — é a aposta dos cientistas para resolver questões fundamentais sobre a origem do Universo conhecido ou ainda sobre o futuro da energia limpa.

Sua produção, no entanto, representa um desafio já que são necessários trilhões de dólares para apenas um grama e em ambientes absolutamente controlados como o centro de pesquisa da Cern perto de Genebra.

Apesar do risco de explosão do material durante o transporte existir, os cientistas insistem que as quantidades de antimatéria transportadas serão insuficientes para gerar uma explosão de magnitude catastrófica, afirmando ainda que o avanço que o transporte do material representa pode significar um maior domínio sobre esta tecnologia no futuro próximo.

O objetivo por trás do transporte do material está no fato de que a pesquisa que estuda e observa os antiprótons — uma das partículas que junto dos pósitrons (ou antielétrons) compõem a antimatéria — precisam ir para um novo laboratório onde os cientistas poderão fazer medições que sejam 100 vezes mais precisas para obter uma compreensão mais profunda dessas partículas.

Segundo a mídia, o professor da Cern, Stefan Ulmer, afirmou que "a antimatéria tem muito a nos dizer. É por isso que estamos fazendo isso".


Por Sputinik Brasil