MITO

Evidências de um ritual alucinógeno de 2.200 anos é descoberto em vaso egípcio (FOTOS)

Pesquisadores encontraram evidências de um ritual alucinógeno que pode ter ajudado os antigos egípcios a reencenar uma história mítica em que um deus anão enganava a deusa do céu.

Publicado em 20/11/2024 às 09:14
© Sputnik / Sergei Mamontov / Acessar o banco de imagens

Em um estudo publicado recentemente na revista Scientific Reports, a equipe relata ter achado resíduos de uma mistura que pode ter induzido alucinações naqueles que a beberam. Eles descobriram os vestígios dentro de um vaso de 2.200 anos que retrata Bes, um antigo deus anão egípcio associado ao parto, à alegria e à música, detalha Live Science.

A equipe realizou análises químicas de resíduos orgânicos dentro do vaso, revelando vestígios de harmal (Peganum harmala), lótus egípcio e uma planta do gênero Cleome, todas elas têm tradicionalmente demonstrado ter "propriedades psicotrópicas e medicinais", diz o estudo. Também foram detectados vestígios de sementes de gergelim, pinhões, alcaçuz e uvas – uma combinação que era "comumente usada para fazer a bebida parecer sangue", detalham os pesquisadores.

Nova pesquisa revela que antigos egípcios criavam coquetéis alucinógenos para rituais. Um estudo da equipe de Davide Tanasi, da Universidade do Sul da Flórida, analisou um vaso de 2.200 anos da divindade Bes no Museu de Arte de Tampa. O vasilhame continha assinaturas vegetais únicas.

A equipe também detectou vestígios de fluídos humanos como saliva e sangue, sugerindo que as pessoas beberam a mistura. É possível que o fluído humano tenha sido inserido como ingrediente na mistura, diz o estudo. Estas descobertas fazem a equipe pensar que as pessoas no antigo Egito estavam tentando recriar o "Mito do Olho Solar".

Na história, Bes apaziguou Hathor, uma deusa do céu associada com a fertilidade, quando ela estava em um humor sanguinário "servindo-lhe uma bebida alcoólica, dopada com uma droga à base de plantas, disfarçada como sangue para um sono letárgico", acrescenta o estudo.


Por Sputinik Brasil