DESCOBERTA

Cientistas russos revelam múmia única de 35 mil anos de tigre-dente-de-sabre filhote (FOTOS, VÍDEO)

Uma "múmia" da metade frontal do corpo de um filhote de tigre-dente-de-sabre foi encontrada em permafrost na república russa de Yakútia em 2020, e recentemente a Academia de Ciência local publicou as imagens e resultados dos estudos do cadáver mumificado.

Publicado em 19/11/2024 às 12:23
CC BY 4.0 / A.V. Lopatin et al./Scientific Reports, 2024 (cropped image) /

Morto com apenas três semanas de vida em aproximadamente 30-35 mil a.C., o filhote se tornou um artefato único para os paleontólogos. Com pelo curto, grosso e marrom escuro pelo corpo e mais longos nas costas e no pescoço, o espécime tem as patas dianteiras arredondadas, adaptadas para andar na neve e garras afiadas fortemente curvas, semelhantes às dos felinos modernos.

Este é o único cadáver dessa espécie encontrado em melhor estado do que apenas esqueleto. Além do mais, tem uma idade em que demonstra seu desenvolvimento pós-natal. Os restos mortais incluem a cabeça, corpo anterior, pélvis parcial e membros, todos envoltos em gelo, segundo o estudo publicado na Nature.

O crânio mostra um flange mandibular pronunciado, um processo coronoide curto e baixo e uma posição elevada dos incisivos em relação à fileira de dentes da bochecha.

Aspecto externo de cabeças de três semanas de filhotes de grandes felinos, vista lateral direita: (A) Homotherium latidens (Owen, 1846), espécime DMF AS RS, nº Met-20-1, múmia congelada, Rússia, república de Sakha (Yakútia), bacia do rio Indigirka, rio Badyarikha; Pleistoceno Superior; (B) Panthera leo (Linnaeus, 1758), espécime ZMMU, nº S-210286; Recente
Aspecto externo de cabeças de três semanas de filhotes de grandes felinos, vista lateral direita: (A) Homotherium latidens (Owen, 1846), espécime DMF AS RS, nº Met-20-1, múmia congelada, Rússia, república de Sakha (Yakútia), bacia do rio Indigirka, rio Badyarikha; Pleistoceno Superior; (B) Panthera leo (Linnaeus, 1758), espécime ZMMU, nº S-210286; Recente

Graças às análises computadorizadas, também foi possível evidenciar a distribuição de tigres-dente-de-sabre na Ásia nesse período, e ajudar a revelar a aparência do animal e como se assemelha a espécies correlatas como a subfamília Machairodontinae e do gênero Homotherium, o que antes era uma das questões mais disputadas entre cientistas.

Esse caso acabou se tornando o primeiro, cuja descoberta da aparência de um mamífero extinto sem espécies análogas atuais foi revelada graças ao estado dos restos preservados no gelo ártico.


Por Sputinik Brasil