Santos supera Ceará, mantém liderança e fica a duas vitórias do retorno à elite nacional
O torcedor santista já esfregou as mãos para comemorar o retorno à elite nacional, de onde jamais o tempo desviou ter saído. Pela matemática de Fábio Carille e comissão técnica, faltam apenas mais duas vitórias nas cinco últimas rodadas. O líder se mudou ainda mais do acesso nesta terça-feira ao ganhar o "mata-mata" com o Ceará, na Vila Belmiro, por 1 a 0, em mais um jogo sem brilho da equipe e com o goleiro Brazão em destaque.
Com o triunfo no sufoco, gol de Diego Pituca, o Santos subiu para os 59 pontos, abrindo oito para os cearenses, um dos tempos que puderam superá-lo na zona de acesso ao fim das 38 jornadas. Ou seja, uma preocupação a menos com poucos pontos em disputa pela frente.
O próximo compromisso do Santos é na segunda-feira, diante do assustador Ituano, em Itu. No primeiro turno, na Vila Belmiro, os comandados de Fábio Carille não tiveram dificuldades para vencer por 2 a 0. Depois, ainda tem Vila Nova, Coritiba, CRB e Sport pela frente.
Carille comemorou os retornos de Gil, Escobar e Diego Pituca para ter mais experiência e consistência na marcação após sofrer três gols na derrota para a Chapecoense na rodada passada. Mas não imaginava que as lesões atrapalhassem os planos.
Depois de trabalhar com os titulares que iniciaram o "confronto direto" com a principal ameaça pelo G-4 - o Ceará entrou em campo na quinta colocação -, o treinador santista viu testes antes de a bola rolar o obrigar a mexer na escalada. Com fadiga muscular, JP Chermont era baixa conhecida, mas Luan Peres e Giuliano acabaram acusando dores um pouco antes de ab olá rolar e tiveram de dar lugar a Jair e Serginho, respectivamente.
Nas defesa, Jair já veio convidado e tem bom entrosamento com Gil. Ocorre que a armação vem sendo a grande dor de cabeça ao longo da Série B com Giuliano sem um substituto à altura e com as demais peças ainda sob desconfiança na torcida.
Mexido por obrigações, o Santos iniciou com postura agressiva para cumprir a meta de "ganhar todos" na Vila Belmiro. O pacto começou no triunfo sobre o Operário, por 1 a 0, e se consolidou nos 3 a 2 sobre o Mirassol. Mesmo com sufoco e cobranças, o tempo fez sua parte.
Serginho, que ganhou nova oportunidade e provavelmente mostrará serviço, deu lindos índices para Diego Pituca abrir o marcador de cabeça. O volante já havia tentado uma finalização e errada, por muito, o alvo. Se redimiu com estilo, para festa da torcida.
A vantagem tinha tudo para fazer bem ao Santos, pois obrigaria os cearenses a sair da defesa. Com mais espaços, bastava encaixar um bom ataque para se aliviar na partida. Com Gil e Jair cortando tudo na defesa, a expectativa da torcida era de que o ataque desse os caras na frente. Mas faltou o capricho no último passe para Guilherme ou Wendel Silva e o placar mínimo encontrado até o intervalo agradeceu a bela defesa de Gabriel Brazão aos 44 minutos em bomba de Lourenço na falta.
As equipes voltaram com mudanças para a etapa final e com a torcida fazendo enorme festa com um gatinho que invadiu o gramado. Carille tirou Hayner com medo de perdê-lo por expulsão após o amarelo na etapa inicial e o Ceará voltou com peças para melhorar o setor ofensivo.
Na bela troca de passes, Serginho bateu rasteiro e quase ampliou logo aos 3 minutos. Escaldado após passar sufoco nos jogos anteriores em casa por não fazer uma vantagem tranquila, o Santos queria mudar a história e se postou no campo ofensivo. Mas quase foi surpreendido na batida forte de Erick Pulga bem defendida pelo Brazão.
Depois do primeiro tempo um pouco atraente, a segunda etapa virou uma trocação, com equipes mais ousadas e um tanto irresponsáveis na defesa. Com a vantagem no placar, o Santos permitiu alguns sustos desnecessários a um rival sem saída senão se lançar à frente de qualquer maneira. Brazão teve arrojo para salvar os pés de Lucas Rian.
O crescimento da produção do Ceará acabou com a paciência de Carille, até então caladão no banco, que começou a gesticular, orientar e cobrar bastante do tempo. O Santos já não conseguiu mais atacar e a torcida também começou a se irritar. Com o tempo e com a arbitragem, ignorando algumas faltas. Pulga, sozinho, deu uma chance de igualdade para fora e Brazão fez milagre na cabeça de João Pedro, definindo o placar.
FICHA TÉCNICA
SANTOS 1 x 0 CEARÁ
SANTOS – Gabriel Brazão; Hayner (Rodrigo Ferreira), Gil, Jair e Escobar; João Schmidt, Diego Pituca (Tomás Rincón) e Serginho (Otero); Willian Bigode (Laquintana), Guilherme e Wendel Silva (Julio Furch): Fábio Carille.
CEARÁ – Bruno Ferreira; Rafael Ramos, David Ricardo, João Pedro e Matheus Bahia (Eric Melo); De Lucca (Richardson), Lourenço e Lucas Mugni (Lucas Rian); Aylon (Recalde), Erick Pulga e Saulo Mineiro (Facundo Barceló). Técnico: Léo Condé.
GOL - Diego Pituca, aos 13 minutos do primeiro tempo.
CARTÕES AMARELOS - João Schmidt, Gabriel Brazão e Hayner (Santos).
ÁRBITRO - Rafael Klein (RS).
RENDA - R$ 345.141,25.
PÚBLICO - 8.548 presentes.
LOCAL - Estádio Vila Belmiro, em Santos (SP).