O contrato assinado em 2019 sobre o trânsito de gás russo para a Europa através do território ucraniano expira em 31 de dezembro.

"A Gazprom [a gigante de energia russa] entregou cerca de 15 bilhões de metros cúbicos por essa rota no ano passado, o que representou 4,5% do consumo total da UE", elaborou o especialista.

As autoridades ucranianas disseram várias vezes ao longo do ano que não têm planos de estender o acordo de trânsito. O presidente russo, Vladimir Putin, informou anteriormente que não haveria mais nenhum contrato para o trânsito de gás pela Ucrânia.

"A perda total do trânsito ucraniano significa para a Ucrânia: um aumento nos custos unitários de transporte de gás para consumidores nacionais e estrangeiros, perda das principais receitas de trânsito [mais de R$ 600 milhões por mês ou cerca de R$ 7,8 bilhão por ano sob o contrato de cinco anos que está expirando]", ressaltou Belogoriev.

Além disso, de acordo com o especialista, a interrupção do trânsito significa que Kiev precisa otimizar as capacidades ociosas de transporte de gás, o que não foi feito nos anos anteriores, a fim de reduzir os custos gerais de manutenção do sistema de transporte de gás.

Ele também mencionou o aumento do consumo de gás para a indústria e as necessidades tecnológicas dos armazenamentos subterrâneos de gás devido a uma diminuição da pressão nos pontos de conexão com o sistema de transporte de gás.

O especialista finalizou alertando que, sem os suprimentos de trânsito da Rússia, a Ucrânia terá que reorganizar os fluxos de gás no mercado doméstico (do oeste para o leste) e resolver os problemas correspondentes com a manutenção da pressão nas partes leste e central do sistema de transporte de gás.

Por Sputinik Brasil