O que diz a crítica internacional sobre 'Motel Destino', o filme brasileiro em Cannes
O longa mais recente de Karim Aïnouz, Motel Destino, entrou na 77ª edição do Festival de Cannes na última quarta-feira, 22. Com os olhos da mídia internacional voltados para o suspense policial de recorte noir, Motel Destino traz no elenco o estreante Iago Xavier como o protagonista Heraldo, além de Fábio Assunção, como Elias, e Nataly Rocha, que vive Dayana, em um triângulo amoroso explosivo.
O jornal The Guardian descreve o filme como um "thriller noir erótico brasileiro com atuações fantásticas", centrado na jornada de Iago pelo motel, e "representado de forma fantástica pelo seu trio central: três atuações físicas intensas e inconscientes, em que os seus corpos estão frequentemente à mostra, sensuais mas frágeis", finaliza a crítica de Peter Bradshaw.
O lado político de Motel Destino também recorre à crítica internacional. David Canfield descreve, para a Vanity Fair, que "O filme mais sexy de Cannes, Motel Destino, mira no político". Sobre a estética e a fotografia do filme, a crítica também observa "a paleta de cores, o ritmo suado de um romance tropical proibido que só Aïnouz poderia concretizar: um longa de sensibilidade sutil e queer, politicamente carregado e com uma narrativa intransigente".
Em contrapartida, o Deadline ressalta a transformação (ou não) dos personagens em cena, e critica o ritmo. "Apesar de uma história rica em potencial - pobreza, traumas de infância e uma vida em fuga - o protagonista permanece praticamente inalterado no final do filme."
"Entretanto, Dayana, que se move com confiança, surge como uma personagem mais dinâmica e com mais camadas. Desde o início, a sua jornada é multidimensional, os seus desejos e intenções são claros e ela experimenta um crescimento genuíno ao longo do filme. Dayana e Rocha são os verdadeiros destaques de Motel Destino", completa a crítica de Valerie Complex para o jornal.