O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a defesa de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), esclareça em até 24 horas uma possível violação das medidas cautelares impostas no âmbito da ação penal sobre a tentativa de golpe.

Conforme despacho judicial, foi anexada aos autos a informação de que Martins teria utilizado o LinkedIn no domingo, 29, para buscar perfis de terceiros, o que configuraria descumprimento da proibição de acesso a redes sociais determinada por Moraes.

Em 27 de dezembro, Moraes determinou a prisão domiciliar de Martins e de outros nove condenados pela trama golpista, impondo medidas cautelares, entre elas a proibição de acesso a redes sociais. A decisão buscou evitar riscos de novas tentativas de fuga, como as realizadas pelo deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e por Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal no governo Bolsonaro.

Filipe Martins faz parte do chamado "núcleo 2" da trama golpista, sendo acusado de atuar na operacionalização da tentativa de ruptura institucional. Em 16 de dezembro, ele foi condenado pelo Supremo a 21 anos e seis meses de prisão por cinco crimes.

Natural de Sorocaba (SP), Martins tem 38 anos. Em seu perfil profissional, afirma ser formado em Relações Internacionais pela Universidade de Brasília e ter cursado Diplomacia e Defesa na Escola Superior de Guerra. Assumiu o cargo de assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência em 2019, no início do governo Bolsonaro, após atuar com o então chanceler Ernesto Araújo durante o período de transição.