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Carla Zambelli foi agredida por detentas mais de uma vez em prisão na Itália, diz senador

Senador Magno Malta e defesa confirmam episódios de violência contra ex-deputada em penitenciária de Roma, mas não houve registro oficial das agressões.

Publicado em 26/12/2025 às 16:10
Câmara contraria STF e mantém mandato de Carla Zambelli Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A ex-deputada federal Carla Zambelli teria sido agredida mais de uma vez durante o período em que está presa na Itália, segundo relatos do senador Magno Malta (PL-ES) e da defesa da parlamentar.

As informações sobre as agressões vieram a público inicialmente por meio do senador Magno Malta. Ele afirmou, na segunda-feira (22), que Zambelli teria sido alvo de outras detentas pelo menos três vezes. A declaração foi feita durante o Culto Grande Clamor pelo Brasil. Posteriormente, ao Estadão, Malta corrigiu o número para duas agressões. A defesa de Zambelli confirmou os episódios. Procurados, o Departamento de Administração Penitenciária da Itália e o Ministério da Justiça italiano não responderam até a publicação.

“Nós estamos aqui para orar por Carla Zambelli. Entramos no maior presídio feminino do mundo para visitá-la. Perseguida política. Crime de opinião. Está lá. Ela já tinha apanhado três vezes de detentas quando nós fomos visitá-la. Quando ela nos viu, ela ficou congelada”, relatou o senador.

Zambelli está presa em Roma desde julho, após fugir para a Europa depois de ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça, com auxílio do hacker Walter Delgatti Neto.

Segundo Malta, as agressões teriam ocorrido antes da visita de parlamentares brasileiros à ex-deputada, em setembro, no Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma. Na ocasião, ele esteve acompanhado dos senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).

Questionada, a defesa de Zambelli confirmou os episódios de violência, mas informou que não houve registro formal das agressões junto às autoridades italianas. “Não foi registrado. Acho que a Carla manteve isso internamente”, afirmou o advogado Fábio Pagnozzi.

De acordo com a defesa, Zambelli enfrentou instabilidade dentro da unidade prisional devido à troca constante de detentas na cela em que estava. “A cela mudava constantemente de detentas e algumas a estranhavam. Havia uma detenta que a protegia, pois era mais antiga, porém ela saiu e foi para outra penitenciária”, explicou. Após pedidos formais, Zambelli foi transferida de cela e de andar.

Durante a visita realizada em setembro, nenhum dos senadores mencionou agressões físicas contra Zambelli. Em vídeos publicados nas redes sociais à época, os parlamentares relataram que a ex-deputada demonstrava tristeza, saudades da família e sensação de abandono.

Segundo o senador, durante a visita, a própria Carla Zambelli relatou ter sofrido duas agressões, e não três, como ele mencionou inicialmente. Ela afirmou que não houve ferimentos aparentes nem escoriações, e o episódio não foi detalhado à época.

Em nota, Magno Malta justificou não ter se manifestado publicamente antes sobre o ocorrido “porque a informação foi compartilhada de forma reservada, sem indícios de lesões físicas, e dentro de um contexto sensível, que envolvia sua situação jurídica e de custódia”.