PALÁCIO DO PLANALTO

Lula critica 'período de ódio' na política e defende País menos dominado por algoritmos

Presidente pede mais diálogo e humanismo durante cerimônia que reconheceu a cultura gospel como manifestação cultural nacional

Publicado em 23/12/2025 às 13:35
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Ricardo Stuckert/PR

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou o atual "período de ódio" na política brasileira e defendeu um País "menos algoritmizado", em referência à influência das redes sociais na disseminação de informações.

As declarações foram feitas nesta terça-feira, 23, durante solenidade no Palácio do Planalto para assinatura do decreto que reconhece, valoriza e promove a cultura gospel como manifestação cultural nacional.

"Que este ato de reconhecimento fortaleça os artistas, músicos, corais, compositores, fiéis e todos aqueles que, com talento e fé, ajudam a construir pontes de diálogo, paz e compreensão no nosso País. Que possamos seguir cantando, cada um à sua maneira, mas sempre com respeito, amor, compromisso com um Brasil mais justo, mais humano, mais fraterno, e um País menos algoritmizado", afirmou Lula.

O presidente acrescentou: "Uma das lutas que pretendo fazer neste momento histórico da minha vida, com 80 anos, é tentar reeducar o ser humano a não perder o que tem de essencial, que é o humanismo. Não temos o direito de sermos dominados pelos algoritmos."

Lula também destacou sua trajetória pessoal: "Este dia de hoje é gratificante para mim. Eu digo sempre que, se tem alguém que tem que agradecer todo santo dia a Deus, sou eu. Porque, na minha vida, aconteceu quase tudo que não estava previsto acontecer", declarou.

O chefe do Executivo pontuou ainda que "está chegando a hora da verdade" no Brasil. "Já fui presidente outras vezes. Já disputei muitas eleições. Nunca vivi um período de ódio como o que está estabelecido na política brasileira. E a quantidade de leviandades e mentiras que são jogadas todo santo dia, sem nenhum compromisso com a verdade", criticou.

O decreto assinado por Lula estabelece que a cultura gospel será reconhecida como um conjunto de expressões artísticas, culturais e sociais vinculadas à manifestação da fé no Brasil, promovendo sua valorização e proteção nas políticas públicas de cultura.

A cerimônia contou com a presença de políticos evangélicos, como o advogado-geral da União, Jorge Messias, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ). Também participaram representantes de diferentes segmentos da igreja evangélica, além de apresentações artísticas e discursos.