Um problema técnico interrompeu o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a inauguração da Ponte da Integração, que conecta Brasil e Paraguai, nesta sexta-feira, 19. Enquanto discursava, o microfone do presidente parou de funcionar, levando-o a deixar o palco montado pela equipe da Presidência, demonstrando irritação.

A transmissão realizada pela EBC enfrentou falhas ao longo da participação de Lula. Em determinado momento, o microfone travou, deixando o presidente alguns minutos em silêncio no palco, aguardando a normalização. Ele chegou a tentar retomar o discurso por algumas vezes.

No final, ainda sem áudio captado pela transmissão, Lula disse algo à plateia, entregou o microfone e saiu visivelmente contrariado, dirigindo-se aos militantes posicionados na lateral do palco.

A equipe do Estadão/Broadcast procurou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) para esclarecer a origem do problema técnico e se o discurso seria retomado, mas não obteve resposta até o momento.

Durante os cerca de nove minutos em que conseguiu discursar, Lula destacou que a construção da ponte em Foz do Iguaçu visa impulsionar o crescimento das economias brasileira e paraguaia. O presidente também aproveitou para criticar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Isso significa que, para nós brasileiros e para o Paraguai, o que interessa é que as duas economias cresçam. Tem presidente querendo construir muro para pobre não atravessar para o seu país. Tem gente querendo fazer guerra para não permitir que outro passe do seu lado. Nós, latino-americanos, dizemos ao mundo que somos da paz", afirmou Lula.

A ponte inaugurada liga Foz do Iguaçu (PR) à cidade paraguaia de Presidente Franco. A partir deste sábado, as vias estarão liberadas para o tráfego de caminhões. Em vídeo divulgado pela Presidência, Lula reforçou que, na região do Mercosul, o diálogo é pautado pela paz, em referência à tensão militar entre Estados Unidos e Venezuela, no Mar do Caribe.

Lula permanece em Foz do Iguaçu até este sábado para participar da reunião do Conselho do Mercosul. O encontro entre chefes de Estado, porém, não terá a assinatura esperada do acordo entre o bloco sul-americano e a União Europeia.