SAÚDE E JUSTIÇA

Perícia da PF indica necessidade de cirurgia para Bolsonaro

Laudo aponta urgência em procedimento para hérnia inguinal e sugere bloqueio de nervo para tratar soluços persistentes.

Publicado em 19/12/2025 às 17:15
O ex-presidente Jair Bolsonaro Reprodução / Agência Brasil

Peritos da Polícia Federal concluíram que o ex-presidente Jair Bolsonaro precisa ser submetido a uma cirurgia para tratar uma hérnia inguinal bilateral. A avaliação foi realizada após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

De acordo com o laudo, a Junta Médica da PF recomenda que o procedimento seja realizado o mais breve possível, "haja vista a refratariedade aos tratamentos instituídos, a piora do sono e da alimentação, além de acelerar o risco das complicações do quadro herniário, em decorrência do aumento da pressão intra-abdominal". A decisão sobre a autorização para a internação cabe agora ao ministro Moraes, conforme solicitação da defesa do ex-presidente.

O laudo também indica que, para o quadro de soluços persistentes de Bolsonaro, o bloqueio do nervo frênico é considerado "tecnicamente pertinente".

A perícia foi solicitada após a defesa de Bolsonaro pedir, em 9 de dezembro, autorização para sua internação no hospital DF Star, onde seriam realizados os procedimentos. O ex-presidente está preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em razão de condenação relacionada à tentativa de golpe.

Durante a avaliação, Bolsonaro relatou que os episódios de soluços começaram em setembro de 2018, após a primeira cirurgia realizada em decorrência do atentado a faca sofrido durante a campanha presidencial. Segundo os peritos, o sintoma durou cerca de um mês inicialmente, apresentou melhora, mas voltou a ocorrer após cada uma das sete cirurgias subsequentes. Desde o último procedimento, os soluços tornaram-se persistentes.

"Nos últimos sete meses, o periciado afirma que chegou a ficar de um a dois dias sem soluçar, mas que o quadro retorna e perdura por dias, trazendo prejuízo na alimentação e no sono", registraram os peritos.