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Bolsonaro nega tentativa de golpe e diz esperar por "ajuda externa"

Política, Bolsonato. Golpe de Estado, tentativa de golpe, anistia

Publicado em 06/04/2025 às 18:38

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro participaram na tarde deste domingo (6) de um ato na avenida Paulista, na região central da capital paulista, convocado por ele, para pedir a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília . O protesto começou por volta das 14h e ficou centralizado na defesa do projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que concede anistia a condenados pelos atos antidemocráticos.

Em seu discurso Bolsonaro, defendeu a cabeleireira Débora Rodrigues Santos, presa por participação no ataque golpista e por ter pichado a estátua "A Justiça", em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), com um batom. Manifestantes vestidos de verde amarelo mostraram bastões em referência a Débora , que já teve prisão domiciliar concedida .

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Segundo a Procuradoria-Geral da República, ela aderiu ao movimento golpista desde o final das eleições de 2022, e é suspeita de apagar provas e atrapalhar o trabalho do investigador e da Justiça.

Durante sua fala, Bolsonaro disse acreditar que se estivesse no Brasil em 8 de janeiro teria sido preso, o que não ocorreu porque ele passou para os EUA em 30 de dezembro de 2022. “Algo me avisou. Se eu estive no Brasil eu teria sido preso e estaria apodrecendo até hoje ou até assassinado”.

O ex-presidente lembrou que a falta de um dos filhos no ato, Eduardo Bolsonaro, que se licenciou do mandato de deputado federal e se mudou para os Estados Unidos alegando perseguição política. Segundo ele, Eduardo tem contato com pessoas importantes do mundo todo. "Tenho esperança que de fora venha alguma coisa para cá" .

 

Apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro se reúnem no dia de uma manifestação contra o processo judicial de Bolsonaro e para exigir a anistia de todos os acusados ​​de participar da suposta conspiração para derrubar o governo, em São Paulo, Brasil, 6 de abril de 2025. Reuters/Amanda Perobelli/Proibida reprodução
REUTERS/Amanda Perobelli/Proibida reprodução

Inelegível

Além de Bolsonaro, estiveram presentes na manifestação o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas; o de Minas Gerais, Romeu Zema; o do Paraná, Ratinho Junior; o do Amazonas, Wilson Lima; o de Goiás, Ronaldo Caiado; o de Mato Grosso, Mauro Mendes; eo de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL). Parlamentares e outras autoridades, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, também participaram do ato.

Bolsonaro está inelegível há 8 anos, até 2030, porque a Justiça Eleitoral entendeu que uma reunião com embaixadores estrangeiros, em julho de 2022, no Palácio da Alvorada, teve uso eleitoral. Na ocasião, o então presidente, fez afirmações sem provas, desacreditando o sistema eleitoral brasileiro.

Ele é réu por tentativa de golpe , junto com mais sete pessoas, desde o mês passado, desde a decisão unânime da Primeira Turma do STF. Os cinco ministros votaram para aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A partir de então, Bolsonaro e os outros réus, passarão a responder a um processo penal que pode condená-los à prisão.

*É proibida a reprodução das fotos dessa reportagem. T