O Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas vive um momento de forte mobilização interna, impulsionado pela eleição dos diretórios estadual e municipais, marcada para julho. O resultado já aparece nos números: o partido alcançou o maior número de filiados desde 2009, com 193.443 registros ativos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base nos números de fevereiro deste ano.

A movimentação interna, que opõe os dois principais grupos do partido no estado, tem gerado um verdadeiro boom de novas filiações. Entre março e abril de 2024, por exemplo, o PT saltou de 185.487 para 190.644 filiados, um acréscimo de 5.157 novos nomes. Esse crescimento coincide com a entrada da vereadora Teca Nelma, que passou a atuar de forma mais direta no processo eleitoral interno.

Teca aparece ao lado de Dafne Orion, presidente do Sindicato dos Urbanitários – uma das entidades mais tradicionais do sindicalismo alagoano, fundada em 1943 – e nome apoiado pelo deputado federal Paulão, defensor de uma candidatura de consenso para o diretório estadual.

Do outro lado, o deputado estadual Ronaldo Medeiros lidera o movimento Renova PT, que busca renovar quadros e práticas dentro do partido. Medeiros apoia Alê Costa para a presidência do PT em Maceió, conta com o apoio de diversos setores como o das mulheres da Resistência Socialista, e tem percorrido o interior na tentativa de ampliar sua base.

Em Arapiraca, segundo maior colégio eleitoral de Alagoas, a disputa também promete esquentar. Após um desempenho fraco nas eleições de 2024, quando o partido não conseguiu eleger nenhum vereador, o atual presidente municipal, Joãozinho Braúna, tenta a reeleição com apoio de Paulão. Outros nomes competitivos também estão na corrida, o que eleva o grau de disputa interna na cidade.

A efervescência eleitoral reflete um momento de reorganização e disputa de rumos dentro do PT em Alagoas, com repercussões que podem afetar o futuro do partido no estado, incluindo a posição do deputado Paulão, a estratégia em relação à base do governo Lula e uma possível reaproximação de setores petistas com o prefeito de Maceió, JHC (PL).

Com um número de filiados em alta e disputas internas cada vez mais intensas, o PT se prepara para uma eleição que pode redefinir sua estrutura e protagonismo político em Alagoas.