Vladimir Barros

É advogado militante, formado pela Universidade Federal de Alagoas e pós-graduado em Direito Processual e Docência Superior. Jornalista filiado ao Sindjornal/FENAJ, é membro efetivo da Associação Alagoana de Imprensa (AAI) e da Associação Brasileira de Imprensa; Editor do Jornal Tribuna do Sertão. É também membro da Academia Palmeirense de Letras (Palmeira dos Índios) e fundador da Rádio Cacique FM.

Vladimir Barros

A última de 2025: quando a esperança pede a palavra

Publicado em 31/12/2025 às 01:00
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial Redação – Tribuna do Sertão

Esta é a última crônica de 2025.

Ela nasce diferente das outras. Não vem carregada de denúncias, nem de ironias afiadas, nem do peso das verdades duras que tantas vezes fomos obrigados a dizer ao longo do ano. Esta vem mais leve — não por ingenuidade, mas por necessidade. Porque nenhum povo sobrevive apenas de indignação. É preciso, ao menos uma vez, respirar fundo e renovar a esperança.

O ano termina como sempre termina: com promessas silenciosas no ar, com desejos feitos em pensamento, com famílias reunidas, com ausências sentidas e com aquela vontade íntima de que o próximo calendário seja mais generoso do que o que se despede. O réveillon é menos sobre fogos e mais sobre recomeços. É quando até os mais céticos permitem-se acreditar.

E 2026 chega carregado de um peso especial: será um ano eleitoral. Um ano em que o povo será novamente chamado a decidir os rumos de sua cidade, de seu estado, de seu país. E aqui, mais do que nunca, é preciso refletir. Refletir com calma, com memória e com coragem.

O povo já sabe — ou deveria saber — quem são os políticos que não servem à coletividade. Aqueles que só aparecem em tempos de campanha, que confundem voto com favor, que tentam comprar a consciência como se dignidade tivesse preço. Aqueles que enganam o povo o tempo todo, acreditando, com soberba, que o povo pode ser enganado para sempre.

Mas a história é implacável: ninguém engana o povo todo o tempo.

A resposta, quando vem, não é em gritos nem em discursos inflamados. Ela vem silenciosa, firme, democrática. Vem na urna. Vem no voto consciente. Vem no “não” dado a quem já teve todas as chances e escolheu traí-las.

Que 2026 seja, portanto, um ano de resposta. Não de ódio, não de vingança, mas de maturidade política. Um ano em que se vote menos por promessa e mais por histórico. Menos por emoção e mais por responsabilidade. Menos por medo e mais por esperança.

Falando em esperança, que ela seja o fio condutor do novo ano. Esperança de uma cidade melhor, mais justa, mais cuidada. Esperança de um mundo menos violento, menos desigual, mais humano. Esperança de dias em que o diálogo vença o ódio e a verdade vença a mentira.

Que não falte luz — nem nos lares, nem nas consciências.
Que não falte saúde — do corpo, da mente e da alma.
Que não falte prosperidade — entendida não apenas como dinheiro, mas como dignidade, trabalho, pão na mesa e paz no coração.

Que o povo brasileiro, o povo alagoano, e todos aqueles que nos ouvem tenham um ano novo generoso. Que cada amanhecer de 2026 traga consigo a certeza de que vale a pena continuar acreditando, lutando e sonhando.

Encerramos 2025 com a convicção de que a palavra ainda importa. Que a memória ainda protege. Que a esperança ainda resiste.

E enquanto houver quem escreva, quem leia e quem escute, ainda haverá futuro.

Que venha 2026.
Com paz.
Com luz.
Com coragem.