Papa denuncia 'flagelo dos jogos de azar' e faz apelo por paz social
Leão XIV recebeu prefeitos italianos em audiência no Vaticano
O papa Leão XIV denunciou nesta segunda-feira (29) o "flagelo dos jogos de azar", que afeta muitas famílias, e pediu para os prefeitos italianos a promoverem a "paz social" em suas comunidades.
A declaração foi dada durante encontro com os representantes da Associação Nacional dos Municípios Italianos (ANCI), no Palácio Apostólico. O cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal do país, também esteve presente.
"Infelizmente, as nossas cidades sofrem com formas de marginalização, violência e solidão que precisam ser enfrentadas. Gostaria de chamar a atenção, em particular, para o flagelo dos jogos de azar, que arruína muitas famílias. As estatísticas mostram um aumento acentuado dos jogos de azar na Itália nos últimos anos", afirmou Leão XIV.
Durante o discurso, o líder da Igreja Católica também citou um relatório da Cáritas Italiana sobre a pobreza e a exclusão social, alertando que se está perante "um grave problema educativo, de saúde mental e de confiança social".
Ao elencar os desafios que afetam as cidades contemporâneas, o Papa observou que a política é "chamada a tecer relações autenticamente humanas entre os cidadãos, promovendo a paz social".
"Não podemos esquecer também outras formas de solidão que afetam muitas pessoas: transtornos mentais, depressões, pobreza cultural e espiritual, abandono social. São sinais que indicam o quanto há necessidade de esperança", indicou o religioso.
Na sequência, o Santo Padre falou sobre a crise demográfica e das dificuldades das famílias e dos jovens, da solidão dos idosos e do grito silencioso dos pobres, da poluição do meio ambiente e dos conflitos sociais, que são realidades que não os deixam indiferentes.
Robert Prevost destacou ainda que o poder verdadeiro se manifesta através da responsabilidade e do serviço aos outros.
"O aspecto mais autêntico de todo poder é, acima de tudo, a responsabilidade e o serviço", disse ele, sublinhando a importância da humildade, da honestidade e da partilha na gestão pública.
O Papa lembrou aos gestores municipais a necessidade de ouvir a população, especialmente as famílias e os mais vulneráveis. "Ao procurarem dar respostas, o senhor sabe bem que as nossas cidades não são lugares anônimos, mas rostos e histórias a serem preservados como tesouros preciosos", afirmou.
Por fim, Leão XIV citou exemplos inspiradores de serviço: o político Giorgio La Pira, que defendia atenção integral às pessoas sem trabalho, sem casa ou sem assistência, e dom Primo Mazzolari, que enfatizava a necessidade de fraternidade e cuidado cultural e espiritual nas cidades.
"A atividade administrativa encontra assim a sua plena realização, porque nutre os talentos das pessoas, dando profundidade cultural e espiritual às cidades. Portanto, tenham a coragem de oferecer esperança ao povo", concluiu.