A Tailândia acusou o Camboja de ter violado o acordo de cessar-fogo assinado no último sábado (27).

Segundo comunicado do Exército de Bangkok emitido nesta segunda-feira (29), o país vizinho lançou mais de 250 drones contra seu território.

"Detectamos mais de 250 drones vindos do lado cambojano, entrando em solo tailandês entre a noite de ontem e a manhã de hoje", denunciou o Exército em nota.

"Tais ações constituem uma provocação e uma violação das medidas destinadas a reduzir as tensões", pontuaram os militares tailandeses. Até o momento, o país vizinho não se pronunciou sobre a acusação.

Ao mesmo tempo, nesta segunda, os ministros das Relações Exteriores da China, Tailândia e Camboja concordaram que a "prioridade imediata" das três partes é "consolidar o cessar-fogo" entre Bangkok e Phnom Penh, assinado há dois dias, com vistas à retomada do "comércio normal" e com o objetivo de longo prazo de "melhorar as relações bilaterais" entre os dois países do Sudeste Asiático, diz um documento conjunto, resultado de dois dias de negociações na província chinesa de Yunnan.

"A responsabilidade compartilhada é salvaguardar a estabilidade regional. Camboja e Tailândia expressam seu compromisso em resolver as disputas por meios pacíficos", acrescenta o comunicado.

De acordo com a AFP, Phnom Penh teria convidado Bangkok para um encontro bilateral no início de janeiro, a fim de “discutir e prosseguir com os trabalhos de de levantamento topográfico e demarcação da fronteira comum”.

No sábado, Bangkok e Phnom Penh anunciaram um "cessar-fogo imediato" para o conflito em suas fronteiras, que deixou pelo menos 47 mortos e quase um milhão de deslocados em apenas três semanas de combate, segundo dados oficiais.

No documento assinado entre os ministros da Defesa dos dois países do Sudeste Asiático, "ambos os lados concordam com uma trégua imediata a partir da assinatura desta declaração conjunta, com vigência a partir das 12h (locais), do dia 27 de dezembro de 2025".

A disputa entre Tailândia e Camboja gira em torno de um desacordo secular sobre as fronteiras traçadas durante o domínio colonial francês na região, com ambos os lados reivindicando templos fronteiriços.