Israel quer limitar acesso de ONGs em Gaza em 2026, diz MSF
Restrição deixaria milhares de palestinos sem cuidados de saúde vitais
As novas regras de registro impostas por Israel para a atuação de organizações não governamentais internacionais na Faixa de Gaza podem deixar centenas de milhares de palestinos sem cuidados de saúde vitais em 2026.
A denúncia foi feita nesta segunda-feira (22) pela Médicos Sem Fronteiras (MSF), segundo a qual, "as novas disposições podem levar à revogação dos registros dessas ONGs a partir de 1º de janeiro".
"Se perdermos o acesso a Gaza em 2026, devido às autoridades israelenses, grande parte da população perderá acesso a cuidados médicos essenciais, água e apoio vital no território", afirmou a MSF em comunicado, informando que suas atividades atendem a quase meio milhão de pessoas no enclave.
A preocupação da organização médica não é isolada, já que, segundo a rádio RFI, 14 ONGs já foram impedidas de entrar em Gaza pelas forças de Israel, que seguem ameaçando reduzir drasticamente o trabalho destas entidades na região através de um novo tipo de registro.
"Somente em 2025, realizamos quase 800 mil consultas ambulatoriais e tratamos mais de 100 mil pacientes com traumas", disse a MSF, que espera conseguir o novo documento de acesso a Gaza para "continuar fortalecendo" suas "atividades no enclave em 2026".