Petróleo WTI fecha em queda e encerra ano com maior baixa desde 2020
Desmonte dos cortes da Opep+ e aumento da produção fora do bloco pressionam preços; tensões geopolíticas seguem no radar
O petróleo encerrou o ano em queda nesta quarta-feira, 31, na última sessão de 2025. As preocupações geopolíticas não foram suficientes para compensar o impacto do desmantelamento dos cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), aliado ao aumento da oferta por países fora do bloco. O mercado agora aguarda os desdobramentos da reunião da Opep+, marcada para 4 de janeiro.
O petróleo WTI para fevereiro, negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex), registrou queda de 0,91% (US$ 0,53), fechando a US$ 57,42 o barril. O Brent para março, negociado na Intercontinental Exchange de Londres (ICE), recuou 0,78% (US$ 0,48), encerrando a US$ 60,85 o barril. No mês, o WTI acumulou baixa de cerca de 1,4%, enquanto o Brent teve queda próxima de 3,2%.
Em 2025, o contrato mais líquido do WTI recuou 19,9%, o maior declínio percentual desde 2020. No trimestre, a desvalorização foi de US$ 4,95 ou 7,94%, a maior queda líquida e percentual desde o segundo trimestre de 2025, segundo dados da Dow Jones Data. O Brent registrou perda anual de aproximadamente 14,3%.
Dados divulgados nesta quarta-feira apontaram queda nos estoques de petróleo dos Estados Unidos, contrariando as expectativas de analistas, que previam alta. Por outro lado, os estoques de gasolina e destilados aumentaram acima do esperado.
No cenário internacional, as negociações por um cessar-fogo no Leste Europeu seguem em curso. Nesta quarta, a Rússia lançou um ataque noturno de drones contra edifícios residenciais e a rede elétrica de Odesa, no sul da Ucrânia, segundo autoridades locais. O episódio ocorreu em meio a acusações russas de uma suposta tentativa de Kiev de atacar a residência de Vladimir Putin. Tensões geopolíticas como essas costumam pressionar os preços do petróleo para cima.
Além do conflito entre Rússia e Ucrânia, permanecem incertezas quanto à relação entre Estados Unidos e Venezuela, o que também limita uma queda mais acentuada nos preços. No radar dos investidores, está a expectativa pela reunião da Opep+, que, segundo a Bloomberg, deve manter a pausa na produção diante das preocupações com o excesso de oferta no mercado.