O consumo de energia elétrica no Brasil apresentou leve alta de 0,1% em novembro de 2025, alcançando 47.420 gigawatts-hora (GWh), segundo a Resenha Mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), divulgada nesta terça-feira, 30. O resultado reverte a tendência de queda observada nos três meses anteriores.

Ainda que tenha havido recuperação na média nacional, o setor industrial registrou retração de 0,6%, reflexo da diminuição do consumo em 27 dos 37 segmentos analisados, com destaque para o setor químico. O comércio apresentou a maior queda entre os setores, de 1,7%, atribuída, conforme a EPE, às temperaturas mais amenas em relação ao mesmo período do ano passado.

Já o consumo residencial avançou 0,9%, impulsionado pela melhora da renda das famílias e pelo desempenho positivo da região Centro-Oeste. O crescimento poderia ter sido maior, não fosse a vigência da bandeira tarifária vermelha.

"A vigência da bandeira tarifária vermelha, patamar 1, em novembro de 2025, pode ter atuado como fator de contenção da demanda, ao elevar o custo da energia elétrica e amenizar o ritmo de crescimento do consumo residencial no mês", destacou a EPE.

Sistemas Isolados

Em outubro de 2025, teve início a operação comercial da interligação de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), conectando todos os estados brasileiros. Com isso, 209 mil unidades consumidoras passaram a ser atendidas pelo SIN, o que resultou em uma queda de 50,7% no consumo dos Sistemas Isolados em novembro de 2025, na comparação com novembro de 2024. Atualmente, ainda há 463 mil unidades consumidoras atendidas por Sistemas Isolados, das quais pouco mais de 9 mil estão em Roraima.

No ambiente de contratação, o mercado livre (ACL) respondeu por 45,7% do consumo nacional em novembro de 2025, totalizando 21.672 GWh, com crescimento de 4,8% no consumo e de 34% no número de consumidores em relação ao mesmo mês do ano anterior.

A região Norte liderou a expansão do consumo, com alta de 12,0%, enquanto o Centro-Oeste registrou o maior aumento no número de consumidores livres, com 55,7%. Já o mercado regulado das distribuidoras, responsável por 54,3% do consumo nacional (25.748 GWh), teve queda de 3,6% no consumo e aumento de 1,5% no número de consumidores.

No mercado regulado, apenas o Centro-Oeste apresentou crescimento no consumo (+4,9%), enquanto a região Norte teve o maior aumento no número de consumidores cativos (+2,5%).

"O movimento de migração de consumidores cativos para o mercado livre permanece intenso após a abertura para todos os consumidores do grupo A (alta tensão) em janeiro de 2024, estabelecida pela portaria do MME 50/2022. Segundo a Aneel, 27 mil consumidores migraram para o ACL em 2024, e outros 20 mil devem migrar em 2025", informou a Resenha.