O Índice de Confiança do Comércio (Icom) avançou 0,2 ponto em dezembro em relação a novembro, atingindo 90,1 pontos, conforme divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira, 30. Este é o quarto mês consecutivo de alta no indicador. Em médias móveis trimestrais, o Icom subiu 1,8 ponto, alcançando 88,7 pontos.

Segundo Geórgia Veloso, economista do FGV IBRE, "a confiança do comércio subiu pelo quarto mês consecutivo, com avanço mais discreto, sustentado apenas pela alta das expectativas. Mesmo em queda, as avaliações sobre o momento atual mantêm avanço frente ao terceiro trimestre, com ligeira melhora na percepção sobre a demanda".

Ela acrescenta que as expectativas de vendas para os próximos meses seguem em trajetória de alta, afastando-se da zona de forte pessimismo.

"Ao longo de 2025, as avaliações sobre a situação atual refletiram um cenário morno, com o aperto monetário e o elevado endividamento das famílias sendo parcialmente compensados pelo avanço do mercado de trabalho, o que limitou movimentos mais intensos. Já a melhora das expectativas pode estar associada à expectativa de alívio da política monetária e aos efeitos da ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda no próximo ano", explicou a economista.

Em dezembro, a alta da confiança foi observada em quatro dos seis principais segmentos do setor, influenciada exclusivamente pelas expectativas para os próximos meses, segundo a FGV.

O Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 1,0 ponto, atingindo 89,2 pontos, também em sua quarta alta consecutiva. Os componentes desse índice seguiram a mesma tendência: o indicador das perspectivas de vendas nos próximos três meses cresceu 0,7 ponto, para 88,7 pontos, enquanto o que avalia a tendência dos negócios nos próximos seis meses avançou 1,3 ponto, chegando a 90,0 pontos, maior patamar desde novembro de 2024 (92,7 pontos).

Ambos os indicadores de expectativas registram quatro meses de avanço. Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) recuou 0,6 ponto, para 91,6 pontos.

O item que mede a avaliação sobre a situação atual dos negócios caiu 2,3 pontos, para 92,6 pontos, após forte alta no mês anterior. Em contrapartida, o indicador de volume de demanda atual avançou 1,2 ponto, chegando a 90,8 pontos. A coleta de dados da pesquisa ocorreu entre 1º e 23 de dezembro, informou a FGV.