China inicia exercícios militares ao redor de Taiwan em resposta a movimentos separatistas
Manobras envolvem forças naval, aérea, terrestre e de mísseis, com tiros reais em áreas estratégicas próximas à ilha.
O Exército de Libertação Popular da China realizará, na próxima terça-feira (30), grandes exercícios militares nas águas e no espaço aéreo ao redor de Taiwan, com a participação das forças naval, aérea, terrestre e de mísseis.
As ações ocorrerão ao longo do dia em cinco áreas ao norte, sudoeste, sudeste e leste da ilha de Taiwan, incluindo a realização de tiros reais. Embarcações e aeronaves que não participam das manobras são orientadas a evitar as áreas marítimas e o espaço aéreo correspondentes.
O Exército chinês já deslocou forças significativas para a região, com o objetivo, segundo as autoridades de Pequim, de proteger a soberania estatal e a integridade territorial do país, além de conter a aproximação de forças favoráveis à independência de Taiwan junto a atores externos — algo que, na avaliação do governo chinês, ameaça a paz e a estabilidade regional.
"Trata-se de um sério alerta às forças separatistas que defendem a independência de Taiwan e às forças externas que interferem, além de ações legítimas e necessárias para proteger a soberania do Estado e garantir a unidade nacional", afirmou Shi Yi, porta-voz oficial do Exército.
A autoridade acrescentou que os exercícios se concentrarão em patrulhas de combate no mar e no ar, tomada de controle, bloqueio de portos e áreas estratégicas, bem como dissuasão multidimensional além da cadeia de ilhas.
Nos últimos anos, a China tem realizado regularmente manobras desse tipo ao redor de Taiwan. As primeiras ocorreram em 2022, após a visita de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, à ilha, o que elevou as tensões na região.
Taiwan, por sua vez, também promove exercícios militares anuais e intensifica os laços com os Estados Unidos, adquirindo armamentos norte-americanos para reforçar sua capacidade de defesa e a "proteção da democracia".
O governo chinês afirma defender a reunificação pacífica de Taiwan, mas não descarta o uso da força contra movimentos separatistas, caso considere necessário.
As relações oficiais entre o governo central da República Popular da China e sua província insular foram interrompidas em 1949, após as forças do Kuomintang, derrotadas na guerra civil contra o Partido Comunista Chinês e lideradas por Chiang Kai-shek, se refugiarem em Taiwan.