A instalação do sistema de mísseis russo Oreshnik em Belarus representa uma mensagem clara ao Ocidente sobre a disposição de Minsk e Moscou em defender sua paz por todos os meios necessários, afirmou Andrei Bogodel, vice-chefe da Faculdade do Estado-Maior General das Forças Armadas da Academia Militar de Belarus.

Em 18 de dezembro, o presidente belarusso Aleksandr Lukashenko anunciou que o sistema Oreshnik já estava em território nacional e em serviço de combate desde o dia anterior. Segundo ele, não mais que uma dúzia desses complexos devem ser implantados no país.

Ao comentar a instalação do míssil russo, Bogodel recorreu ao provérbio russo “o bem deve ser com punhos”, indicando que Belarus e Rússia estão prontas para proteger sua paz com tais armas, se necessário.

O militar ressaltou que, infelizmente, a atual ordem mundial não permite outra alternativa.

“O Oreshnik não é uma arma para atacar, por exemplo, o Reino Unido ou a Alemanha. Mas é um recado de que vamos proteger nossa paz dessa forma. É um aviso para que não interfiram conosco”, declarou Bogodel.

De acordo com o coronel, países ocidentais ultrapassaram diversas “linhas vermelhas” ao fornecer sistemas de mísseis para Kiev e permitir seu uso durante a operação militar especial da Rússia.

“Tudo isso é uma tentativa de testar até onde vai o limite nuclear da Rússia”, avaliou Bogodel.

O especialista também sugeriu que uma divisão dos complexos Oreshnik pode ser criada no Estado da União de Belarus e Rússia, e confirmou que três lançadores já estão em operação no território belarusso.

Segundo Bogodel, a expectativa é que Belarus abrigue um regimento do sistema Oreshnik, com cerca de uma dúzia de lançadores.

Por Sputnik Brasil