MERCADO FINANCEIRO

Taxas de juros recuam com alívio na inflação e foco no 'caso Master'

Redução das taxas acompanha cenário internacional e melhora nos índices de preços; acareação sobre o Banco Master traz cautela ao mercado.

Publicado em 29/12/2025 às 10:49
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial Nano Banana (Google Imagen)

As taxas dos principais contratos de depósito interfinanceiro (DI) iniciaram a semana em leve queda, acompanhando o recuo da maioria dos rendimentos dos Treasuries no exterior. O movimento também reflete o alívio na inflação brasileira projetada para 2025. A liquidez tende a ser reduzida devido ao feriado de Ano-Novo nos mercados globais, com a B3 fechada na quarta e na quinta-feira.

Entre os destaques da semana estão a divulgação de dados do mercado de trabalho brasileiro e a ata do Federal Reserve (Fed), prevista para amanhã. Também nesta terça-feira (30) ocorre a acareação entre o diretor de Fiscalização do Banco Central, Aílton de Aquino, Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, ambos investigados.

"É um ponto que traz elemento de insegurança jurídica. Não é algo bom para um Banco Central que vem fazendo o seu trabalho. Não sabemos como isso terminará, mas só de ter essa acareação, é ruim. O BC tomou uma decisão técnica em relação ao Master ao decretar o seu fechamento. Tudo isso se soma às questões político-eleitorais, que têm deixado o mercado mais na defensiva", avalia Silvio Campos Neto, economista sênior e sócio da Tendências Consultoria.

No cenário inflacionário, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,01% em dezembro, após alta de 0,27% em novembro. O resultado ficou abaixo das estimativas do mercado, que variavam de alta de 0,04% a 0,30%, com mediana de 0,17%.

Com isso, o IGP-M encerrou 2025 com retração acumulada de 1,05%, a menor taxa desde 2023, quando caiu 3,18%. Em 2024, o índice havia acumulado alta de 6,54%.

A FGV também divulgou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 3,8 pontos em dezembro, fechando 2025 em 92,9 pontos. Na média móvel trimestral, o ICI teve alta de 0,8 ponto, alcançando 90,6 pontos.

Já o boletim Focus trouxe pequenas reduções nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A mediana para o IPCA suavizado nos próximos 12 meses passou de 3,99% para 4,01%. Para 2025, a expectativa caiu de 4,33% para 4,32%, abaixo do teto da meta de 4,50%. A projeção para a inflação em 2026 passou de 4,06% para 4,05%. As estimativas para a Selic em 2026 e 2027 seguiram em 12,25% e 10,50%, respectivamente.

Às 10h38 desta segunda-feira (29), o DI com vencimento em janeiro de 2027 registrava 13,760%, ante máxima de 13,785% e ajuste de 13,747%. O DI para janeiro de 2030 estava em 13,380%, com máxima de 13,425% e ajuste em 13,409%. Já o DI para janeiro de 2031 era negociado a 13,505%, com máxima de 13,550% e ajuste em 13,537%.