Um casal de turistas do Mato Grosso relatou ter sido agredido por comerciantes na praia de Porto de Galinhas, em Pernambuco, após uma discussão sobre o preço do aluguel de cadeiras de praia. Os empresários Cleiton Zanatta e Johnny Andrade afirmaram que cerca de 30 pessoas participaram das agressões.

Segundo o relato do casal, eles passavam férias de fim de ano em Porto de Galinhas quando foram abordados por um rapaz oferecendo o serviço de aluguel de cadeiras. No momento do pagamento, o valor cobrado era quase o dobro do combinado inicialmente.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, Johnny relatou que se recusou a pagar o valor mais alto e, em seguida, um dos comerciantes atirou uma cadeira contra ele.

"Quando eu me dei conta, não era nem um, nem dois. Tinha uns 10, 15 em cima da gente, batendo na gente", afirmou. "O Cleiton, meu companheiro, saiu correndo, ele conseguiu se escapar. Tinha aproximadamente uns 30 homens nesse momento".

As imagens mostram Johnny com o rosto inchado e vários hematomas. Ele contou que foi atingido por socos e pontapés. "Meu rosto está completamente danificado, toda a lateral do meu corpo está machucada, porque eles bateram muito em mim", relatou.

O empresário conseguiu escapar após o companheiro acionar uma equipe de salva-vidas. O casal foi colocado na traseira do carro do Corpo de Bombeiros. Em outro vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver vários homens cercando o veículo e tentando continuar as agressões.

Johnny afirmou que, se não fosse a intervenção dos salva-vidas, teria ocorrido um "massacre".

No vídeo, o casal também criticou a falta de policiamento na praia e a ausência de equipamentos adequados no hospital onde foram atendidos. Eles anunciaram que pretendem processar a prefeitura e o Estado de Pernambuco.

"A cidade não tem estrutura para receber turistas", disse Johnny. "Recebemos vários relatos de pessoas que passaram pela mesma situação que nós".

A prefeitura do Ipojuca, município onde fica Porto de Galinhas, divulgou nota repudiando e lamentando a agressão aos turistas. "Os órgãos competentes já apuram o ocorrido para identificar os envolvidos e adotar as medidas legais cabíveis", informou.

A administração municipal afirmou que, desde o início, houve atuação rápida das equipes de salva-vidas e da Guarda Municipal, garantindo a segurança no local e evitando o agravamento da situação.

A prefeitura destacou ainda que realiza ações de ordenamento na praia, com fiscalização, recadastramento de ambulantes, reuniões com barraqueiros e entrega de crachás de identificação com QR Code.

A reportagem tentou contato com o governo do Estado e com a Secretaria de Defesa Social, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.