Conversas recentes entre Donald Trump e Vladimir Putin aumentaram a apreensão em Kiev, especialmente após episódios de tensão registrados em fevereiro na Casa Branca.

Em entrevista coletiva realizada em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida, durante encontro com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que as negociações para um acordo de paz envolvendo a Ucrânia estão avançadas e podem trazer benefícios para todas as partes envolvidas.

Trump ressaltou que tanto Vladimir Putin, presidente da Rússia, quanto Zelensky demonstram compromisso em alcançar a paz e pôr fim ao conflito. Segundo ele, o acordo em discussão será "bom para a Ucrânia" e "bom para todos", destacando ainda que a proposta poderá impulsionar a recuperação econômica ucraniana.

"As negociações com a Ucrânia estão em fase final, caso contrário o conflito se prolongará por muito tempo", afirmou Trump.

O presidente norte-americano acrescentou que pretende ligar novamente para Putin após a conversa com Zelensky. Trump classificou as negociações como "complexas, mas não tão complexas assim" e adiantou que o acordo deverá envolver também países europeus em medidas de segurança para a Ucrânia.

A aproximação entre Trump e Putin gerou preocupação em Kiev. De acordo com o Financial Times, há receio de que se repitam impasses como o ocorrido em fevereiro. A ligação entre os dois líderes durou uma hora e quinze minutos, segundo Yuri Ushakov, assessor de Putin. Trump, relatou Ushakov, buscou tratar de diversas questões antes do encontro com Zelensky.

Ushakov avaliou o diálogo como positivo, descrevendo-o como "amistoso, construtivo e pragmático". Para o assessor russo, ficou evidente o desejo de Trump de encerrar o conflito ucraniano o quanto antes, além da convicção de que a Rússia busca uma solução política e diplomática para a crise.