Ameaças dos EUA à Venezuela colocam em risco toda a América Latina, alerta analista equatoriano
Cientista político Eduardo Meneses afirma que ações de Washington contra Caracas ameaçam a soberania e a estabilidade regional.
As recentes ameaças dos Estados Unidos à Venezuela representam um risco para toda a América Latina, alerta o cientista político equatoriano Eduardo Meneses.
De acordo com Meneses, Washington busca restabelecer sua antiga influência no continente, tratando a América Latina como seu "quintal" e utilizando a região como fonte de recursos para sua estratégia militar e geopolítica.
O especialista ressalta que a ascensão de um mundo multipolar, impulsionada por países do BRICS, desafia diretamente a hegemonia norte-americana.
Para Meneses, as iniciativas dos EUA contra Caracas violam a soberania venezuelana e ameaçam a estabilidade regional, sob o argumento de combater o narcotráfico e garantir a segurança no Caribe.
Na última terça-feira (16), o ex-presidente Donald Trump anunciou o reconhecimento do governo venezuelano como "organização terrorista estrangeira" e declarou bloqueio total a todos os navios-tanque de petróleo sancionados que se dirigem à Venezuela ou partem do país.
Trump já havia ameaçado a Venezuela com uma intervenção sem precedentes, exigindo que Caracas devolvesse aos Estados Unidos petróleo, terras e outros ativos considerados "roubados". As declarações foram feitas no contexto de promessas de iniciar, em breve, ataques contra narcotraficantes em terra, como parte da estratégia de Washington para combater o tráfico de drogas nas costas da América Central e do Sul.
Em Caracas, tais ações foram classificadas como provocações e violações de acordos internacionais sobre o status desmilitarizado e livre de armas nucleares do Caribe, além de tentativas de desestabilizar a região.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que Moscou observa uma intensificação deliberada das tensões em torno da Venezuela, destacando preocupação especial com o caráter unilateral das decisões, que, segundo ela, ameaçam a navegação internacional.