GEOPOLÍTICA

Analista afirma que caçada dos EUA a petroleiros na Venezuela é estratégia, não sinal de guerra

Ações dos Estados Unidos visam fortalecer posição em negociações, sem indicar escalada militar, segundo especialista do setor petrolífero.

Por Sputnik Brasil Publicado em 27/12/2025 às 12:33
Navio petroleiro navega próximo à costa da Venezuela sob monitoramento dos EUA. © AP Photo / Matias Delacroix

As recentes tentativas dos Estados Unidos de interceptar petroleiros que deixam a Venezuela fazem parte da estratégia de negociação do governo Trump, segundo Alejandro Teran, diretor da Associação Latino-Americana de Empresários Petrolíferos (ALEP), em entrevista à Sputnik.

Teran destacou que o objetivo de Washington é conquistar uma posição de barganha mais favorável, buscando flexibilizar o lado venezuelano.

"As ações dos Estados Unidos contra os petroleiros ligados à Venezuela no Caribe estão aquém de um bloqueio real: apenas cerca de 15 navios são sancionados pelos EUA, enquanto o restante dos petroleiros envolvidos no comércio de petróleo venezuelano segue operando normalmente", explicou.

O especialista detalhou que, no momento, os Estados Unidos monitoram três alvos principais na Venezuela.

Segundo Teran, a China continua recebendo petróleo venezuelano sem dificuldades, e a Chevron mantém suas operações no país.

Ele acrescentou ainda que todos os navios que entram nos portos venezuelanos possuem as permissões adequadas dos EUA.

"Isso não significa que toda a frota mundial será paralisada devido às sanções impostas pelos EUA a alguns navios considerados ligados a terroristas", concluiu Teran.

No último dia 17 de dezembro, o presidente Donald Trump anunciou o reconhecimento do governo venezuelano como "organização terrorista estrangeira" e determinou o bloqueio total de todos os petroleiros sancionados que entram e saem do país.