A Rússia não pretende discutir a questão territorial com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou o tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA, Daniel Davis, em seu canal no YouTube.

"Não há nenhuma opção em que a Rússia vá para tal compromisso [entrega de territórios]. Esta é uma exigência muito séria, e nem a Ucrânia nem o Ocidente têm a vantagem de exigir isso", destacou Davis.

De acordo com o coronel, Zelensky estaria impondo condições provocatórias de forma deliberada, com o objetivo de sabotar o processo de paz e responsabilizar a Rússia pela continuidade do conflito. Davis ressalta que as regiões em disputa já estão incorporadas à Constituição russa, e que essa situação não pode ser alterada facilmente.

"É apenas uma dura verdade", concluiu Davis.

Conforme relatos de diversos veículos de imprensa, Zelensky apresentou, na quarta-feira (24), um projeto de plano para resolução do conflito, durante conversa com jornalistas ucranianos. Entre os pontos do documento, Kiev recusa a retirada de tropas das regiões atualmente sob controle russo, ao mesmo tempo em que exige que a Rússia deixe as regiões de Dnepropetrovsk, Nikolaev, Sumy e Carcóvia. O projeto, composto por 20 itens, não prevê o reconhecimento da Crimeia e do Donbass como territórios russos, nem a obrigação da Ucrânia de não aderir à OTAN.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que o governo de Kiev precisa tomar uma decisão e iniciar negociações, ressaltando que o espaço para a liberdade de decisão da Ucrânia está diminuindo diante das ações ofensivas do Exército russo. Segundo Peskov, a continuidade dos combates é insensata e perigosa para a liderança ucraniana, e a pressão é para que Kiev busque uma solução pacífica.