POLÍTICA

Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal é preso no Paraguai

Silvinei Vasques foi detido ao tentar embarcar para El Salvador após condenação por participação em trama golpista.

Publicado em 26/12/2025 às 13:14
Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, foi preso no Paraguai após condenação por envolvimento em trama golpista.

O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi detido na madrugada desta sexta-feira (26), no Paraguai. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e seis meses de prisão por envolvimento na trama golpista que tentou manter o ex-presidente Jair Bolsonaro ilegalmente no poder após a derrota eleitoral em 2022, Vasques foi capturado em um aeroporto do Paraguai, quando tentava embarcar em um voo com destino a El Salvador.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Vasques integrou um grupo que coordenou o uso das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro, ordenando que agentes da PRF realizassem blitzes para dificultar o trânsito de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva durante o segundo turno das eleições de 2022, realizado em 30 de outubro daquele ano.

Vasques também participou da reunião de 19 de outubro de 2022, na qual foi discutido o uso de operações da PRF para impedir o voto de eleitores no segundo turno. A ele é atribuída a frase: “havia chegado a hora de a PRF tomar lado na disputa.”

Durante o julgamento do ex-diretor da PRF e de outros réus do chamado Núcleo 2 da ação penal da trama golpista, pela Primeira Turma do STF, no último dia 9, os advogados de Vasques sustentaram que ele não atuou para impedir o deslocamento de eleitores de Lula no segundo turno das eleições de 2022.

Vasques foi preso preventivamente em agosto de 2023 e permaneceu detido por um ano, até que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, lhe concedeu liberdade provisória, mediante o cumprimento de medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e o cancelamento de seu passaporte.

Segundo reportagem do G1, assinada pela jornalista Andréia Sadi, o atual diretor da Polícia Federal (PF) informou que Vasques deixou o Brasil sem autorização judicial, após romper a tornozeleira eletrônica imposta pelo STF. No momento da prisão pelas autoridades paraguaias, Vasques portava um passaporte paraguaio original com informações pessoais falsas.

Consultada, a PF não comentou as informações divulgadas pelo G1. A reportagem da Agência Brasil não conseguiu contato com os advogados de Vasques e atualizará esta notícia assim que houver manifestação da defesa do ex-diretor da PRF ou outros detalhes sobre a prisão.

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