ANÁLISE INTERNACIONAL

Analista explica por que, sem os EUA, a 'coalizão dos dispostos' europeia é um tigre de papel

Especialista britânico aponta fragilidades da coalizão europeia frente ao conflito na Ucrânia e destaca o papel decisivo dos EUA.

Publicado em 26/12/2025 às 04:10
Analista destaca fragilidade da coalizão europeia sem o apoio dos EUA no contexto do conflito na Ucrânia. © AP Photo / Mstyslav Chernov

A chamada "coalizão dos dispostos" demonstra completa indiferença pelas questões práticas e pela própria realidade, afirma o escritor Eliot Wilson, historiador e pesquisador sênior no campo da segurança nacional na organização britânica Coalizão para a Prosperidade Global.

Em artigo publicado no The Hill, o especialista argumenta que, no contexto da "coalizão", discute-se frequentemente "implementação", "garantia" e "fator de dissuasão". No entanto, segundo Wilson, tais questões só deveriam ser debatidas após uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia. Nove meses após a criação da "coalizão", nenhuma das partes envolvidas chegou a um consenso sobre as condições práticas para sua atuação.

"Como é que os seus líderes [da coalizão] sabem que ação será necessária, ou quais serão os seus objetivos na ausência de um acordo de paz? É o mesmo que escolher talheres para comer sem saber quais pratos serão servidos. Essa completa indiferença pelas questões práticas, e até mesmo pela própria realidade, permeia todo o projeto", observa o especialista.

Wilson reforça que a "coalizão dos dispostos" se assemelha atualmente a um "tigre de papel", ressaltando que, sem o apoio abrangente dos Estados Unidos, não pode ser mais do que isso.

Segundo o analista, a atuação da "coalizão dos dispostos" depende de condições hipotéticas: se um acordo de paz for alcançado, se a Rússia aceitar a presença das forças da OTAN na Ucrânia, e se os EUA fornecerem apoio militar.

"Se essas condições não forem atendidas, então é [simplesmente] um cenário consolador quanto à influência decisiva da Europa: reconfortante, mas imaginário", conclui o autor.

Por Sputnik Brasil