O governo da França reafirmou nesta quarta-feira (24) sua posição contrária ao acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Em entrevista veiculada na televisão, o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, declarou que o pacto, na forma atual, não oferece garantias suficientes para proteger os interesses do país, especialmente no setor agrícola.

"Sobre o Mercosul, nossa posição é firme: não aceitaremos nenhum acordo que fragilize nossos setores agrícolas ou que imponha uma concorrência desleal. O texto evoluiu, mas o conteúdo ainda não está à altura", afirmou Lecornu.

Enquanto outros líderes da União Europeia e da Comissão Europeia manifestam interesse em finalizar as negociações até janeiro de 2026, o governo de Emmanuel Macron segue contrário à assinatura do tratado, que está em discussão há mais de vinte anos.

Durante todo o ano de 2025, agricultores franceses mantiveram protestos e bloqueios em várias regiões do país, pressionando o governo a rejeitar o acordo para proteger a produção nacional.

A expectativa era de que o tratado fosse concluído no último sábado (20), durante a Cúpula dos Chefes de Estado do Mercosul, realizada em Foz do Iguaçu (PR).

As negociações técnicas entre Mercosul e União Europeia foram encerradas formalmente em dezembro do ano passado, após mais de duas décadas de diálogo. No entanto, o texto final ainda precisa ser aprovado pelos parlamentos nacionais dos países dos dois blocos — etapa considerada a mais delicada e sujeita a vetos.

Para barrar o acordo, é necessário que quatro países, representando pelo menos 35% da população da União Europeia, recusem a proposta.

Fonte: Sputnik Brasil