Orbán afirma que Europa vive desintegração e prevê fim da ordem liberal
Primeiro-ministro húngaro critica burocracia de Bruxelas e prevê mudança geopolítica em até três anos
A União Europeia está em um processo de desintegração, semelhante a um levantador de peso que já não consegue erguer a carga, afirmou o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, nesta quarta-feira (24).
“A União Europeia encontra-se em estado de desintegração. Esse processo ocorre paralelamente aos esforços da burocracia de Bruxelas para edificar um império”, declarou Orbán ao jornal Magyar Nemzet.
Segundo o premiê, a desintegração se dá quando decisões tomadas em Bruxelas deixam de ser cumpridas: “Primeiro um país não as cumpre, depois dois, depois três. Apesar da intenção de fortalecer o poder central, as pessoas que tomam decisões são obrigadas a recuar”.
Orbán advertiu que os dias da UE podem estar contados caso a atual política econômica seja mantida. Ele afirmou ainda que sair do bloco não faz sentido, já que, segundo ele, a entidade tende a se desintegrar por si mesma, estipulando um prazo de dois a três anos para que o cenário se resolva.
O líder húngaro alertou que a União Europeia poderá se romper caso os liberais, que detêm o poder em Bruxelas, não sejam substituídos por patriotas, defendendo uma “depuração” inspirada no modelo norte-americano atual.
Orbán já havia declarado que a era de 500 anos de domínio da civilização ocidental chegou ao fim, que a tentativa de ocidentalizar o mundo fracassou e que o centro da economia global migrou para o Oriente, marcando o início de uma nova era: a da Eurásia.
Ele também decretou o fim da ordem mundial liberal, indicando que os países que se adaptarem e trabalharem com alto desempenho sairão beneficiados, enquanto os que não conseguirem defender seus valores serão os mais prejudicados.