TENSÃO REGIONAL

Atividade agressiva dos EUA no Caribe pode gerar instabilidade na Amazônia, alerta revista

Aumento das ações militares dos Estados Unidos na Colômbia preocupa autoridades brasileiras e pode impactar a segurança na fronteira amazônica.

Por Sputnik Brasil Publicado em 24/12/2025 às 06:21
Ações militares dos EUA no Caribe elevam risco de instabilidade na fronteira amazônica brasileira. © Foto / Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

As recentes ações agressivas dos Estados Unidos contra a Colômbia na região do Caribe elevam o risco de agravamento da situação local e podem desencadear um conflito regional, aponta a revista Sociedade Militar.

Segundo a publicação, a América Latina — com destaque para a Colômbia — ocupa posição estratégica na política externa dos EUA, enquanto Washington intensifica sua presença militar na região.

"A escalada militar dos Estados Unidos reacende temores de conflito regional e pressiona fronteiras sensíveis da América do Sul", destaca a matéria.

Apesar de o governo Trump afirmar que as operações das Forças Armadas norte-americanas têm como foco o combate ao narcotráfico, há preocupações de que a política agressiva de Washington envolva objetivos mais amplos, podendo levar a um conflito que exigiria do Brasil esforços adicionais para proteger suas fronteiras ao Norte.

"Embora o discurso oficial esteja ancorado no combate ao narcotráfico e ao chamado narcoterrorismo, analistas e autoridades regionais observam que os movimentos americanos indicam objetivos mais amplos, capazes de gerar instabilidade direta na Amazônia e nas fronteiras brasileiras", alerta o texto.

O Brasil acompanha com apreensão o aumento das tensões, já que eventuais ações militares na Colômbia podem provocar deslocamento de grupos armados para áreas de difícil controle estatal, como a floresta amazônica.

Os autores do artigo ressaltam que as florestas da Amazônia representam um ponto vulnerável devido à dificuldade de controle das fronteiras em meio à vegetação densa. Em caso de conflito na Colômbia, militantes poderiam se refugiar facilmente nas regiões amazônicas pouco monitoradas.

"Pressionados por operações militares internas e externas, guerrilheiros tendem a buscar refúgio em áreas de fronteira com baixo controle estatal, especialmente na região amazônica que conecta Colômbia, Peru, Venezuela e Brasil", destaca a publicação.

Recentemente, Donald Trump acusou a Colômbia de produzir grandes quantidades de drogas e afirmou que o presidente colombiano, Gustavo Petro, enfrentaria sérios problemas se não tomasse providências. Trump chegou a chamar Petro de "chefe do narcotráfico", sem apresentar provas.

Além disso, o governo norte-americano retirou a certificação da Colômbia como aliada no combate às drogas e impôs sanções a Petro e seus colaboradores.